Ir ver Jesus no Evangelho – Editorial do Jornal Paroquial – fevereiro de 2006

Caríssimos paroquianos,

Chegando a Dores para viver a missão convosco, gostaríamos de partilhar uma preocupação que temos: ajudar uns aos outros, a sempre mais ir ver Jesus no Evangelho. Quando tomamos contatos com alguns responsáveis da paróquia de Nossa Senhora das Dores, em dezembro, inicíamos o encontro partilhando o Evangelho do dia, cada um dizendo a “palavra da vida” que acolhia neste Evangelho, buscando juntos, indicações para caminhar no ano que já se iniciou.

Neste Evangelho da apresentação de Jesus no templo, vimos o velho Simeão inteiramente preocupado em ver Jesus, acolhê-lo, tomá-lo nos braços, reconhecendo nele o Messias, aquele que é a luz para iluminar todas as nações.

A partir desta meditação do Evangelho, vimos que era preciso irmos ver Jesus, irmos ver Jesus na sua palavra, no Evangelho, irmos ver Jesus no encontro dos homens, em particular dos mais pobres.

No início deste caminho juntos em Dores, se tivermos um voto a fazer para vocês, para nós parocos também, sería, ajudar-nos a realmente “ir ver Jesus no Evangelho”.

Quantos católicos que nunca vão ler o Evangelho, que nunca vão ver quem é Jesus, o que ele faz, o que ele diz, como ele ama! No outro dia, fomos visitar alguém que ficou afastado da Igreja durante muitos anos. Teve um problema de saúde serio, uma perna amputada e voltou para a fé. A pessoa que nos conduziu para visitá-lo, disse: “Deve ser Deus que enviou esta doença para fazê-lo refletir…”

Que você Pensa? Sería digno de um Deus de amor provocar uma doença grave para forçar uma pessoa voltar a Igreja? Vocês que amam os seus filhos, fariam isso? Onde podemos ver um tal sentimento de Jesus no Evangelho? Não há.

Como poderemos testemunhar, falar no Espírito de Jesus, ter os sentimentos dele, o olhar dele, a escuta dele, as ações dele, sem ir cada dia “ver Jesus no Evangelho”? Como seguir Cristo sem olhar, com precisão, quem é ele, o que diz, o que faz? Olhando Jesus no Evangelho, poderemos conhecê-lo melhor; conhecendo-o melhor, poderemos amá-lo melhor; amando-o melhor, poderemos segui-lo realmente, dá-lo a conhecer, como os pastores que regressaram de Belém, louvando a Deus e contando a todos tudo o que tinham visto e ouvido.

Há muitos que pensam não serem capazes de ler e compreender o Evangelho. Vamos nos ajudar a superar o nosso medo. Não mentimos, quando dizemos que são os que foram menos à escola, e mesmo pessoas que não sabiam ler nem escrever, que nos ensinaram o Evangelho, porque têm uma capacidade extraordinária de acolher Jesus, no Evangelho, pela inteligência do coração.

Nós lhes propomos não mais iniciar um encontro de cristãos (liturgia, terço, mùsica, etc.) sem começar, por um tempo, onde se medita o Evangelho do dia. Nós lhes propomos ainda, fazer o máximo para virem às celebrações das Comunidades de Base, às missas, já tendo lido o Evangelho do dia, já tendo escolhido uma ou duas palavras, deste Evangelho, que lhes chamam mais atenção, que lhes falam mais, que podem ser “palavra da vida” para vocês. Para todos vocês, mas em particular par uns, dentre vocês, que têm responsabilidade (ministro da eucarístia, da palavra, coordenadores, etc.), porque não viver isso na família, em casa?

O que lhes propomos é ler o texto uma vez em voz alta, num clima de oração. Não nos esqueçamos que não estamos diante dum texto, mas na presença de Jesus que quer falar hoje a cada um de nós. Depois, cada um lê de novo o texto, em silêncio, várias vezes, até escolher uma frase que o toca mais. Depois, cada um lê a frase que escolheu, eventualmente explica sucintamente porque a escolheu. O importante é começar lendo a frase tal que está no Evangelho. Escutamos cada um falar sem debater, tudo isso num clima de oração.

Por isso, a partir deste número do paroquiano, nós indicaremos as referências dos Evangelhos de cada dia. Se vocês não sabem encontrar as leituras a partir das referências, peçam ajuda. Não vamos conseguir vivenciar isso numa só vez. Mas, juntos, com a força do Espírito Santo, nos ajudando uns aos outros, iremos ver Jesus no seu Evangelho e voltaremos transformados. Assim nos tornaremos, juntos, padres, diáconos, irmãs, leigos, cada dia mais verdadeiros discípulos e apóstolos de Cristo.

Como diz o Padre Chevrier, fundador do Prado:

–     “Para que serve o Evangelho se não o estudamos, se não o lemos?”

Padres Juarez e Padre Bruno

 

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