Testemunho do Elielton que se libertou do Alcool e outros testemunhos

Um trabalho importante da paróquia nestes últimos 3 anos, foi a fundação da Pastoral da Sobriedade com o apoio do C.P.P., dos C.P.C. e dos Círculos Bíblicos. Eis o testemunho que fez Elielton na missa transmitida pela Rádio 90.5 no encontro de Formação organizado em colaboração com a paróquia de Guaçui. Ele começou a testemunhar pela primeira vez na Assembléia da Paróquia de dezembro de 2007. O testemunho dele foi repetido e completado em várias ocasiões e foi determinante na fundação da Pastoral da Sobriedade em Dores.

Meu nome é Elielton. Tenho 30 anos.

Comecei a ingerir bebidas alcoólicas desde bem cedo, aos onze anos de idade. No início, sempre bebia em companhia de amigos. Depois, fui crescendo e bebia sozinho sempre dizendo: só bebo controlado, paro à hora que quero.

Mas o tempo passava e vi que isso não era bem assim. Comecei chegando em casa bêbado, às vezes enlameado como um porco, o que trazia grande tristeza por meus pais. Já cheguei machucado. Tenho cicatrizes no corpo e na alma que jamais desaparecerão.

De uns cinco anos pra cá, tentei parar de beber, mas não consegui. Saia de noite e bebia. De manhã, me arrependia e fazia a promessa de nunca mais beber. Mas, à noite seguinte, tudo recomeçava. Eu tinha vergonha de pedir ajuda e continuava na bebida, mentindo, perdendo compromisso e acabando com a minha vida.

Fazia minha mãe sofrer e não sabia quanto ela sofria. Para mim, estava tudo bem. Hoje sei o quanto a fiz sofrer.

Perdi uma namorada por causa da bebida e não conseguia a casar.

Sou coordenador de comunidade e ministro da palavra, e estava deixando a desejar em função da bebida. Quando ouvi o Pe Bruno falar da fundação da Pastoral da Sobriedade, eu pensava: como vou falar pra comunidade se eu não sou exemplo, se eu dependo do álcool.

Eu tinha medo e vergonha de falar de meus problemas e decidi ir ver o padre Bruno para entregar os meus cargos de coordenador da comunidade e de ministro da Palavra, porque não sabia como falar da Pastoral da Sobriedade, não conseguia mais cumprir os meus cargos, não conseguia parar de beber.

Felizmente, 3 dias antes de eu ir ver o padre, alguém que não sabia nada da minha decisão foi ver o padre e lhe disse: não venho fazer fofoca, mas Elielton não é aquele que você pensa. Você não percebeu, mas ele bebe muito. Eu falo para você ir ao encontro de Elielton e ajudá-lo.

Quando cheguei para entregar os meus cargos, expliquei ao Padre que estava namorando, que não podia mais assumir as minhas funções por causa disso. Graça a visita que recebeu 3 dias antes, o Pe me perguntou se estava entregando os cargos por causa de namorar… ou porque não sabia como falar da Pastoral da Sobriedade enquanto bebia muito…

Aí, ele me falou da doença alcoólica, não aceitou a minha demissão e me chamou a fazer desta fraqueza um caminho ao anúncio do Evangelho. Ele me convidou a falar com a minha comunidade e a pedir ajuda dela. Ele me disse para esperar a missa seguinte, para ele poder me ajudar a me exprimir, mas não esperei.

No domingo seguinte, enquanto animava a celebração da minha comunidade, eu admiti diante da comunidade o meu problema e pedi ajuda.

O que me chamou muita atenção, foi a moça do barzinho onde eu costumava a beber. Porque eu fui encontrar os colegas no barzinho e eles me ofereceram bebida. Estava aceitando quando Michela, a moça do barzinho, respondeu: “Não, ele não vai beber. Ele pediu a nossa ajuda!”

A seguir, eu participei do 1° curso de formação da Pastoral da Sobriedade que ocorreu em Dores para 40 pessoas de 11 das nossas comunidades no 24 e 25 de novembro de 2007.

Eu fui e pude constatar que precisava de ajuda para sair ou me recuperar desta vida. Dentro do encontro, dei o primeiro passo da Pastoral da Sobriedade que é de admitir que sou doente, que tenho vício do álcool e que, sozinho, não vou conseguir.

Não estou recuperado, e sei que posso cair a qualquer momento, que nunca poderei pensar estar curado, que, se quero não cair, tenho de nunca mais beber um copo. O fato de ter dado o primeiro passo através da Pastoral da Sobriedade, foi uma grande vitória.

Vendo minha atitude, meu padrinho, que também é coordenador e ministro da Palavra da comunidade vizinha e que também bebia e não sabia como falar da Pastoral da Sobriedade, resolveu parar com o álcool. Ele está também aqui, neste encontro da Pastoral da Sobriedade.

O coordenador de uma outra comunidade vizinha, também parou, apoiando-se no meu testemunho.

O tempo passou, e casei com a minha namorada. Ela não sabia da minha situação porque era de outro lugar distante. Mas, quando ouviu o meu testemunho, ela disse que, se soubesse antes de eu parar de beber, não teria casado comigo. Hoje, estamos muito felizes. Sou ministro da Palavra, ela é ministra da Eucaristia, e ela está comigo aqui para eu me firmar neste combate e poder ajudar outros.

Hoje, estou também aqui com os dois coordenadores que pararam de beber ouvindo o meu testemunho. É o terceiro encontro de formação da Pastoral da Sobriedade que participo.

Nós queremos dar exemplo para outros acreditar que é possível e vale a pena se libertar. Assim queria ficar sóbrio sempre. Peço a Deus em minhas orações a sobriedade para um dia sempre após o outro e não após um ano.

Peço sempre a oração de todos para superar esta doença.

No início, caí algumas vezes. O padre passava muitas vezes e parava na casa para pedir noticias, me chamar a recomeçar o combate. Agora, faz um ano e meio que estou lutando e conseguindo, mas recebo a força. Não é como a gente quer. Se não tivermos apoio, não conseguimos.

Se você tem problemas com álcool, assim como eu, procure ajuda, não tenha vergonha e medo de dar o primeiro passo. A Pastoral da Sobriedade está pronta para lhe ajudar.

Elielton

8. Outras expressões nos encontros da Pastoral da Sobriedade

Encontro de março de 2008

No domingo 3 de março, ocorreu o primeiro encontro da Pastoral da Sobriedade depois da formação de novembro de 2007 que tinha reunido 40 pessoas de 11 das comunidades da nossa paróquia.

Foi ocasião de ver o que cada um fez desde este encontro, e como ir em frente.

Algumas expressões durante a partilha:

–     “A capacitação de novembro me ajudou a perceber melhor como apoiar pessoas na droga ou no álcool. Já participo dos Alcoólicos Anônimos. Aqui, percebi com força que Jesus Cristo deu a sua vida por todos nós, e que nós não podemos viver sem nos preocupar com os nossos irmãos. Se Jesus Cristo é nosso irmão, se ele deu o exemplo, é muito importante nós nos preocuparmos de salvar a vida dos nossos irmãos. Jesus não julga. Ele chama, ele oferece a libertação, ele dá a sua vida. Jesus está sofrendo na pessoa perdida nesta doença. É o próprio Deus que está nos chamando a agir para libertar os nossos irmãos, para nos aproximar deles.”

–     “Eu fui salvo pelos Alcoólicos Anônimos e continuo militando nos Alcoólicos Anônimos. Mas, quando fui convidado pela Pastoral da Sobriedade, vivia afastado da Igreja. A Pastoral da Sobriedade me fortaleceu ao nível espiritual, me fez voltar para Igreja, me deu força para ir ao encontro de outras pessoas. Nos Alcoólicos Anônimos, não conseguimos chegar a todas as pessoas. Fazendo isso com a Igreja, nos ajuda nos aproximar de outras pessoas. Há pessoas também que não são da Igreja e que não aceitam a Igreja se aproximar deles. É bom esta complementaridade entre os Alcoólicos Anônimos e a Pastoral da Sobriedade. Com a fundação da Pastoral da Sobriedade, a Igreja faz uma outra aproximação com as pessoas doentes”.

–     “O beber está muito relacionado ao festejar. Mas, na realidade, o beber mata. Por que tantas pessoas acham que não é possível festejar, ter amizade, sem álcool? Não há necessidade nenhuma. Em São Sebastião do Cerro, uma família decidiu fazer festa de casamento sem álcool nenhum para não acontecer os problemas que tiveram num outro casamento. A festa foi lindíssima. Por que não generalizar este tipo de iniciativa?”

–     “Gostei demais do curso de novembro. Sou doente alcoólico em recuperação. Me deu reforço para a minha vida. Aqui, tudo o que se falava, falava da minha própria vida. Seguia o caminho da morte. Pelo momento, não consigo a chamar os colegas de bebida para a vida. Temos de ficar atentos quando vamos ao encontro de alguém que bebe, ou da sua família, de nunca falar atacando, criticando, julgando. Temos de seguir os passos de Jesus: amando, chamando, confiando”.

Bebia desde os 11 anos (Junho de 2008)

Um catequista pediu para testemunhar na « Caminhada Paroquial » e provocar crianças e adolescentes a não cair no álcool.

A minha história com o álcool foi assim. Eu era ainda criança quando tive o primeiro contato com o álcool. Tinha 10 anos. Meus pais me deram a liberdade para sair para as festas, mas eu só ia para as festas com jovens mais velhos do que eu, e eu queria ser igual a eles. Comecei a beber com eles e cheguei várias vezes em casa bêbado, e foi assim durante alguns anos.

Com os meus 14 anos, comecei a participar da crisma e passei a ter mais compromisso com a Igreja. Desejava largar o álcool e ser catequista. Eu pensava conseguir alcançar o meu objetivo e largar o álcool mas não conseguia. Em uma festa do fim do ano, bebi tanto que passei mal por alguns dias. Depois disso, decidi parar de beber. Mas o problema do álcool em minha família não acabava. Pois, meu pai era alcoólatra a ponto de, um dia, ter que ir buscá-lo bêbado num bar. Pois, ele não conseguia andar. Passei tanta vergonha com meus amigos e colegas que prometi para mim mesmo que, no dia que eu tiver filhos, eles jamais passarão por aquilo que passei.

Hoje, sou casado. Tenho filho, e, graças a Deus, eu e meu pai não bebemos mais.

Testemunhos dados no encontro do domingo 10 de agosto:
Testemunho 1:

É a segunda vez que participo da Pastoral da Sobriedade. Fui chamado para ser Ministro da Palavra há pouco tempo. Eu sei que devo parar de beber. Tenho tentado, mas não é fácil. Vou conseguir com a graça de Deus. A comunidade tem-me ajudado muito.

Testemunho 2:

Convidei um adolescente para participar do encontro e fiquei feliz porque ele aceitou. Hoje está aqui participando. Pensei que é bom que ele participe para evitar que ele entre neste caminho. Também para ele poder ajudar o seu irmão. Estamos sempre em oração para que haja paz.

Testemunho 3:

Estou aqui a convite da Marinez. Na minha Diocese (Uberlândia-MG), não tem esta Pastoral. O que existe, é o AA. Percebo que a Pastoral da Sobriedade é diferente. As pessoas participam e ela ajuda as pessoas encontrarem seu valor e conhecer Cristo. Não tenho esta doença, mas me lembro que minha mãe sempre pedia a meu pai para que ele deixasse de beber. O álcool é um câncer na vida das pessoas.

Testemunho 4

Tenho um filho que tem uns 30 anos e bebe desde os 18 anos. Abandonou a Igreja, os sacramentos. Rezo de joelhos todos os dias pela sua recuperação. Como mãe, já fiz o que estava ao meu alcance. Quero participar desta Pastoral. Espero que chegue até ele o convite e o exemplo de outros.

Testemunho 5:

Meu avô sempre bebeu muito, e, infelizmente, até hoje, não reconheceu o seu problema. Isso sempre trouxe muitos transtornos a toda família, pois ele descontava tudo na minha vó. Participar, hoje, deste encontro da Pastoral da Sobriedade, mexeu muito no meu interior. Pois, ouvindo os testemunhos, pude perceber que, ainda que meu avô já esteja bem velhinho, eu não posso desistir dele. Envergonho-me quando pensava e dizia: “Não tem mais jeito”. Tem jeito! Tudo é possível ao que crê.

Testemunho 6

Hoje, através da Pastoral da Sobriedade, estamos caminhando e animados. A comunidade tem nos apoiado muito. Sabemos que, sozinho, não conseguimos. Mas, com a ajuda da comunidade e de todos, e com a bênção de Deus, iremos vencer. Assim, seremos capazes de ajudar outros. Já tem dado muito resultado. Somos um grupo de oito que participamos.

Testemunho 7:

Quando fui convidado para participar da Pastoral da Sobriedade não sabia o quanto seria importante em minha vida. Há 15 anos atrás perdi a vista por causa do álcool. Na verdade comecei tomando cerveja. Com o trabalho iniciado na paróquia através da Pastoral da Sobriedade deixei de beber. Graças a Deus vou levando também esta experiência para a minha família. As coisas mudaram também na comunidade. Fazemos a oração da Sobriedade em todo Círculo Bíblico e está sendo ótimo porque assim atingimos a todos os que têm a doença alcoólica. O importante é dar continuidade.

Testemunho 8:

Há 27 anos que participo do Alcoólicos Anônimos. Têm me ajudado muito. Hoje participo da Pastoral da Sobriedade. Participo da associação de Pedra Menina. Mesmo tendo muito tempo que sou do Alcoólico Anônimo, tenho vergonha de convidar outros para participarem comigo. Não é fácil. Em Pedra Menina, com a Pastoral da Sobriedade, nos reunimos toda semana na sexta-feira as 19h00. Oito pessoas participam do grupo. Está sendo ótimo. Lá, aprendemos a amar a palavra de Deus e a cada um. Está sendo uma experiência que jamais vamos esquecer. Espero que sejamos firmes.

Testemunho 9:

Com 18 anos, meu irmão começou a beber. Dava muito trabalho para minha mãe. Um dia, foi para festa. Na volta, sofreu um acidente e morreu. Na família não temos problema com o álcool, mas, na comunidade, temos pessoas que tem o vício. Por isso, achei importante participar do encontro para entender melhor o que é a pastoral da sobriedade e assim ajudar pessoas da comunidade. No Círculo Bíblico rezamos a oração da Sobriedade. Há uma pessoa que participa do Circulo Bíblico e que tem o vício. Graça à ajuda do círculo bíblico e desta oração da sobriedade, já faz um mês que ela não bebe.

Testemunho 10

Hoje estamos aqui somos família com o mesmo objetivo: lutar contra o álcool. A primeira droga é o álcool. O que me traz aqui hoje é o desejo de receber a paz e dar a paz. Hoje percebo os erros que cometi.

Faz 25 anos que não bebo. Aqui, no meio de vocês, partilho esta experiência. Eu participo dos Alcoólicos Anônimos. Graças a Deus que existe a Pastoral da Sobriedade. Um dia me comprometi a não beber diante dos amigos e de Deus. Por isso tento cumprir minha palavra.

Sinto alegria de estar aqui. Vocês são a minha família. Também estou contente pelo Pe. Gérard da França, estar aqui. Ele é um missionário no meio de nós.

Testemunho 11

Muitos já ouviram minha história, de como conheci o álcool e como conheci a Pastoral. Comecei a beber cedo. Achava que tinha controle, mas não era assim. Quando se falava da Pastoral da Sobriedade nas reuniões, eu e meu padrinho, também coordenador e ministro da palavra, ficávamos pensando: “Como vamos fazer para falar da Pastoral da Sobriedade se nós bebemos?”. Recebi o convite para participar da Pastoral da Sobriedade. O Pe. Bruno me apoiou com muito amor.

Vendo minha atitude, meu padrinho também resolveu parar com o álcool. Nós queremos dar exemplo para outros acreditar que é possível e vale a pena se libertar. Assim queria ficar sóbrio sempre. Peço a Deus em minhas orações a sobriedade para um dia sempre após o outro e não após um ano. Peço sempre a oração de todos para superar esta doença. No início, cai algumas vezes. Agora, estou tentando, mas recebo a força. Não é como agente quer. Se não tivermos apoio, não conseguimos.

Fazia minha mãe sofrer e não sabia quanto ela sofria. Para mim, estava tudo bem. Hoje sei o quanto a fiz sofrer.

Testemunho 12:

Eu não esperava que o encontro fosse assim, tão cheio de graça, quanto bem realizado. Quando estava preparando o encontro, eu não tinha entusiasmo. Pensei que não viria ninguém, mas me surpreendi com a presença de todos e o desejo de continuar lutando.

Estou nesta caminhada através da Pastoral da Sobriedade, buscando força para entender esta doença que tanto vem sacrificando minha família. Pois, minha mãe é alcoólatra, já em um estágio grave. Nossa família sofre muito. Não sabemos o que fazer porque ela não aceita ajuda nem da família, nem de amigos e da Igreja. Hoje, ela se encontra afastada de tudo e de todos. Isso me machuca muito. Nós queremos uma família sem o álcool, uma família capaz de viver a harmonia e o amor.

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