Seleção dos textos dos Atos dos Apôstolos de Dores do Rio Preto para a Festa da Padroeira

Domingo 6 de setembro de 2009 (Pe. Walter e setor III)

8.1 Círculo Bíblico da Ângela – Ângela

Eu me casei na Igreja no dia 16 de agosto de 2007 para poder me tornar ministra da Palavra.

No domingo 3 de dezembro de 2007, o Padre veio visitar as nossas casas. Passamos na casa de uma família com 2 filhos e esperando o nascimento do terceiro. Nem os pais, nem os filhos, eram batizados, e a família pediu o batismo. As nossas casas são muito distantes da Igreja São José Monte Verde, e a família não conseguia ir para a Igreja.

Era uma família muito humilde. Os pais não tinham leitura. O homem disse que tinha fé e que foi muito importante, na vida dele, quando lhe foi pedido, anos atrás, numa outra comunidade onde vivia, para carregar a cruz, na celebração da Via Sacra, numa sexta-feira santa.

O Padre perguntou se havia um Círculo Bíblico que se reunia aqui. Tivemos de responder que o Círculo Bíblico parou quando a dirigente mudou de lugar e que ninguém teve a força para substituir. A família não tinha condição para ir para a Igreja, e o Padre nos responsabilizou para fundar de novo o Círculo Bíblico, para a Igreja ir até esta família e poder celebrar os batismos. E o fizemos. Aceitei animar. Somos umas dez famílias neste lugar.

O nené nasceu, e, com o incentivo recebido pela participação ao Círculo Bíblico, a família começou a participar das celebrações e das missas, apesar das distâncias a fazer com as três crianças pequeninas sem ter condução. Não vêm sempre.

No domingo 10 de agosto de 2008, celebramos o batismo dos dois pais e dos três filhos. Neste mesmo dia, celebramos o batismo de 2 outros adultos e de outras crianças.

Meses depois, faleceu um senhor idoso do nosso Círculo Bíblico. Ele foi internado no hospital evangélico de Carangola onde foi visitado cada dia pelos crentes. O padre passou também uma vez visitar este senhor. Logo após o sepultamento, pessoas crentes de Espera Feliz, começaram a visitar a família, ficando até às 11h da noite para pressionar, aproveitando do sofrimento deles.

No início da quaresma de 2009, uma pessoa convidou o Pastor da Igreja Batista de Mundo Novo, e ele veio encontrar o Círculo Bíblico no momento da Via Sacra e não rezamos a Via Sacra. Pessoas crentes ofereceram Bíblias crentes a todas as famílias. Houve pessoas católicas que não gostaram desta mistura, mas ficaram caladas e pararam de participar.

Aí, eu alertei Ana Claúdia, nova coordenadora da comunidade. Ela chamou o padre que marcou visitas no domingo 29 de março de 2009. Em cada casa, alertava as famílias, e repetia a mensagem seguinte:

–     Não posso ser católico sem amar a todos os homens, de qualquer religião ou convicção que sejam.

–     Acredito que o Espírito Santo está agindo em todos, que o amor de Jesus é o mesmo para todos.

–     Portanto, Jesus fundou uma Igreja única e rezou na última ceia “para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste” (Jo 17,21-22).

Perguntava:

–     “É normal ver pessoas vir tirar membros da Igreja que Jesus fundou, fazer que as pessoas não possam mais rezar juntos, aproveitar do sofrimento de pessoas para as fazer mudar de Igreja?”

–     “Por que os crentes insistem tanto para as pessoas passarem para a Igreja deles, enquanto dizem que a Igreja não tem importância?”

Nos convidou a não mais nos deixar pressionar nas casas, a não misturar tudo e chamava cada um a se determinar e a ficar firme na Igreja que Jesus fundou, onde fomos criados.

Várias pessoas já eram muito marcadas pelas visitas dos crentes e já participavam do culto em Mundo Novo. Aquele jovem que tinha-se batizado há um ano, dizia que tinha escolhido Cristo, mas não a Igreja. Outras pessoas não rezavam mais o Pai Nosso, porque o Pastor tinha dito que não se vê apóstolo rezar essa oração e que é muito repetitivo.

É impressionante como se verifica num outro contexto o que Lucas escreve sobre os habitantes de Atenas sempre prontos “a contar ou a ouvir as últimas novidades” (At 17,21), a buscar novas experiências religiosas e a abandonar a Igreja fundada por Cristo, a construir a sua religião em vez de viver o chamado de Cristo e da sua Igreja.

No momento em que redigimos, lemos o discurso de Paulo aos anciãos de Éfeso onde ele alerta contra os “lobos vorazes que iam surgir do meio da comunidade falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles” (At 20,29-30). Claro que, para nós, essas pessoas são amigos, irmãos, pessoas das nossas famílias que amamos. Mas verificamos o que Paulo anunciou: haverá pessoas que, não por maldade, mas por convicção errada, trabalharão em destruir as comunidades anunciando outro Evangelho.

E verificamos a nossa fraqueza bem parecida à fraqueza dos cristãos da Galácia aos quais Paulo escrevia: “Estou admirado de vocês estarem abandonando tão depressa aquele que os chamou por meio da graça de Cristo, para aceitarem outro Evangelho. Na realidade, porém, não existe outro Evangelho. Há somente pessoas que estão semeando confusão entre vocês e querem deturpar o Evangelho de Cristo” (Gal 1,6-7).

O Padre não teve tempo de visitar as 10 famílias e voltou no Sábado de Ramos, sábado 11 de abril. Encontramos pessoas que já tínhamos encontrado 15 dias antes. Agradeceram pela visita precedente, disseram quanto as ajudou a refletir.

Decidimos não passar numa casa onde a senhora tinha idade e era crente já há 20 anos para não nos colocar na situação de pressionar uma pessoa mais fraca por causa da idade. Como ela viu o grupo passar e não se parar na sua casa, ela enviou a sua netinha de 8 anos que correu atrás de nós para nos pedir que viéssemos Ela nos acolheu com muito carinho e pediu para participar do Círculo Bíblico. Ela pediu a bênção da casa e que nós rezássemos incluíndo a Ave Maria, com ela.

Uma outra senhora de idade que não participava mais do Círculo Bíblico porque era separada do marido e que alguém lhe tinha dito que não podia mais comungar, pediu também a nossa visita. Ela voltou para o Círculo Bíblico. Agora, ela comunga de novo. Quando pode, vai para a Igreja; senão, são as ministras da Eucaristia que lhe levam a comunhão.

Decidimos fundar uma equipe de catequese no lugar e ainda não o fizemos, porque fui operada. Mas, a minha alegria foi de ver que o Círculo Bíblico continuou a se reunir durante as semanas que passei fora da comunidade por causa da intervenção cirúrgica.

Neste caminho difícil, percebemos o quanto o Círculo Bíblico é importante, para ajudar as pessoas a ficar firmes na fé, para a vida social entre as famílias, para não deixar pessoas nos dividir. Com a leitura dos Atos dos Apóstolos que fazemos cada mês, crescemos muito na consciência do nosso batismo.

Ângela, ministra da Palavra e animadora do Círculo Bíblico


Segunda-feira 7 de setembro de 2009, setor II, Pe Bruno e diácono Lourival

12. Comunidade Santo Antônio (4) – Alcione

Até dois anos atrás, havia quatro Círculos Bíblicos. No ano de 2008, houve desânimo e um só continuou sem parar: o Círculo Bíblico do Sagrado Coração de Jesus.

O Círculo Bíblico Divino Espírito Santo reiniciou porque sentíamos falta de partilhar a palavra de Deus com os vizinhos. Da mesma forma, os Círculos Bíblicos Santa Rita e Santo Antônio reiniciaram.

Os Círculos Bíblicos unem mais as famílias e nos ajudam a viver o Evangelho no dia-a-dia e a por em prática a Palavra.

Foi dentro do Círculo Bíblico que Gislena se deixou tocar e aceitou se tornar ministra da Palavra. No dia onde escrevemos esses atos dos apóstolos da nossa comunidade, celebramos o batismo de André e o casamento dele com Andresa. Nesta mesma missa, André comungou pela primeira vez e batizou o seu filho Juan.

Foi através do Círculo Bíblico que meu marido, João, descobriu a Igreja. Antes, ele não gostava da Igreja e, segundo o que ele mesmo diz, me “perseguia”. Agora, é ministro da Palavra e coordenador da comunidade. Foi também na Igreja, que, pelo testemunho de Elielton, João, meu marido, se liberou do álcool. Estava muito preocupada por Mateus, nosso filho: “O que vai ser do meu filho se não conseguir a levá-lo para a Igreja?” Nunca imaginei ver o João tão comprometido. Agora, Mateus está também muito comprometido.

Alcione, esposa de João, coordenador da comunidade Santo Antônio


Terça-feira 8 de setembro de 2009: Pe. Edimilson

4. Comunidade Santa Ana (2) – Leitora: Lurdes

Jesus nos enviou em missão.

Nós vivemos no novo bairro que está surgindo em Dores de Minas. O Senhor Jesus tocou em nossos corações para formar uma comunidade cristã.

Movidos pelo Espírito Santo, nos reunimos no dia 25 de março de 2008, na escola Municipal Aída Pinheiro. Foi celebrada a primeira missa. Foi um momento de muita alegria para todos nós.

A partir daí, tomamos a iniciativa de formar um Círculo Bíblico. Iniciamos com um grupo pequeno de pessoas. Cada vez que uma família chega, vamos visitá-la, e, regularmente, fazemos visitas nas casas. Tem dado bons frutos. Foram realizadas batismos de crianças, primeira eucaristia de uma adulta.

Todos os sábados nos reunimos na garagem de uma irmã para fazer celebrações e temos a missa uma vez por mês. E, graças a Deus, tem sido bem participado. Após a missa, temos a aula de teologia que muito tem nos ajudado.

Chamamos uma catequista que está preparando crianças para fazer a Primeira Eucaristia e é um grupo bom. Outra aceitou ser assessora da Infância e Adolescência Missionária. A comunidade está crescendo.

Outras famílias chegaram a pouco tempo e continuam a chegar. Jesus tocou em seus corações. Pessoas que não participavam formaram outro Círculo Bíblico. É um grupo pequeno, com a presença de alguns jovens, mas não está sendo fácil. Mas o Espírito Santo me adverte de ir de casa em casa com insistência.

No domingo 26 de julho de 2009, foi um grande dia: mais de 450 pessoas participaram da missa da festa da padroeira Santa Ana na quadra de esportes da escola. Pessoas vieram de muitas das outras comunidades da nossa paróquia e da paróquia de Espera Feliz. Neste dia, recebemos um terreno e lançamos a obra da Igreja. 18 jovens vieram visitar todas as casas para convidar as pessoas à participar da Igreja. Foram muito bem recebidos por famílias crentes e eles fizeram atenção a não pressioná-las para a nossa Igreja, mas a manifestar o amor que nos une além das nossas diferenças.

Pensamos em formar uma associação de moradores.

Não vamos desanimar!

Lurdes


Quarta-feira 9 de setembro de 2009: Pe. Gelson

16.4 Círculo Bíblico “Rainha da paz”. Leitora:

Há 17 anos o grupo de Círculo Bíblico Rainha da Paz é atuante na Comunidade de Nossa Senhora das Dores, com o objetivo de reavivar e animar a nossa vida cristã e o nosso compromisso missionário, sempre movido pela força do Espírito Santo. Importante momento para ajudar as pessoas a ficarem firmes na fé, a descobrirem Jesus através da Palavra e no relacionamento entre as famílias. Ajuda a desenvolver a vida espiritual, faz as pessoas sentirem mais a vontade de Deus e entusiasmo para participar da vida de Jesus e da Igreja. Cria em nós uma força de Espírito, e ajuda a enfrentar os obstáculos.

É um grupo pequeno, mas que conta com a participação de crianças, jovens e idosos. Estamos refletindo o novo jeito de ser do Círculo Bíblico, onde todos partilham a Palavra de Deus, tirando uma palavra de vida e fazendo dela sua oração. O grupo reúne toda semana, procurando levar a Palavra de Deus a uma família.

Assim como Paulo encontrou muitas dificuldades e nunca desanimou, nós também encontramos dificuldades, mas o Espírito Santo nos anima e dá coragem para sairmos de nossas casas e levarmos a Palavra de Deus àqueles que não têm condições. Reunimos nas casas dos doentes, dos idosos, fazemos visitas às famílias que chegam, sejam elas católicas ou não, sempre levando a Palavra de Deus.

Graças ao Círculo Bíblico, muitas pessoas adultas que não eram batizadas, não tinham a primeira Eucaristia, não eram crismadas sentiram o desejo de participar dos sacramentos e foram batizadas, crismadas e fizeram a primeira Eucaristia e encaminharam as crianças para a catequese. Também foi através do Círculo Bíblico que muitas pessoas compreenderam o verdadeiro sentido do Dízimo e se tornaram dizimistas, participando assim da vida da comunidade.

Sou uma participante ativa do grupo, e foi através do Círculo Bíblico que encontrei o caminho de Deus. Quando comecei a freqüentar, eu era batizada, crismada e casada, e ainda me faltava algo importante, não tinha a primeira Comunhão. Com a participação no grupo, fiz a primeira Comunhão e encontro na Palavra de Deus, força, coragem e fé para lutar e levar a Palavra aos irmãos que necessitam. Com a força do Espírito Santo, participo da Teologia Bíblica e estou aprendendo muito sobre a vida de Jesus e a caminhada da nossa Igreja. Ajudei pessoas a participarem da Igreja e da catequese, para batizar e receber a primeira Comunhão. Hoje sou dizimista e com a graça de Deus continuo a minha caminhada.

Assim vamos percebendo a Ação do Espírito Santo no Círculo Bíblico e na vida de cada um de nós.

Animadora: Ana Rosa

Quinta-feira 10 de setembro de 2009: Pe Wagner

16.2 Círculo Bíblico Santa Luzia – Egle

Há 20 anos que o Círculo Bíblico “Santa Luzia” iniciou a sua caminhada de anunciar o Evangelho às famílias que frequentavam pouco a Igreja nas casas a beira do campo de futebol.

O Círculo Bíblico iniciou com 3 pessoas, e, com o passar do tempo, foi aumentando. Hoje, graças a Deus, são 18 pessoas que participam ativamente e aprendem a conhecer melhor o que Jesus nos quer dizer através do Evangelho.

Com a renovação da maneira de partilhar como foi feita em Dores no início de 2009, melhorou mais, por que, agora, cada um tira a “palavra de vida” com facilidade, entendimento, amor, sabedoria e faz dela uma oração. O Espírito Santo está sempre ardendo nos corações de todos, fazendo renascer momentos lindos de fé, esperança, e amor a Deus.

Nos nossos encontros, há momentos inesquecíveis de revelação. É o Espírito Santo agindo em cada coração. É nestes momentos que pessoas exprimiram os sonhos delas de batizar, confessar, fazer a primeira comunhão, receber a crisma, casar na Igreja. Várias pessoas do nosso Círculo Bíblico fizeram este caminho, mesmo pessoas já idosas. Há pessoas doentes, que, agora, pediram para receber a comunhão em casa, enquanto não participavam antes.

Graças a esta reforma na maneira de fazer, pessoas que não gostavam do Círculo Bíblico, agora participam e ajudam. Não precisamos convidar as famílias nem pedir para rezar em suas casas: são elas que nos chamam.

Agradecemos de coração ao Espírito Santo de Deus pela participação agora de 4 homens e temos esperança que irá aumentar.

Quanto a mim, eu era alcoólatra. Não frequentava a Igreja, não era dizimista e vivia uma vida familiar péssima. Fui convidada a participar do Círculo Bíblico. A partir daí, participei da missa, me tornei dizimista, larguei a bebida, e vivo bem com a família. Agora, sou responsável deste Círculo Bíblico Santa Luzia e muito estimada por todos. Decidi deixar o meu testemunho aberto para assim anunciar a palavra e ação libertadora de Jesus.

Entrei na Pastoral da Sobriedade que se reúne cada sexta-feira às 19h para ajudar outros a se libertar

Me faz pensar na palavra de Pedro ao paralítico: “Não tenho ouro, nem prata, mas o que tenho, te dou: em nome de Jesus Cristo, levanta-te e anda!” É o que o Círculo Bíblico fez comigo.

Só Deus tem o poder de transformar a vida de alguém e mudar o seu coração e faz isso por meio do seu Espírito. Ele é fonte de força e poder.

Que o Espírito Santo continue ardendo em cada coração e que nos ilumine em nossa caminhada que é evangelizar.

Egle


Sexta-feira 11 de setembro de 2009: Pe. Roberto

16.6 Círculo Bíblico Nossa Senhora da Paz – Leitora “Aparecida”

Foi um dos primeiros Círculos Bíblicos que foi fundado em Dores pela dona Ida, há mais de vinte e anos. Na época, havia a novena do Natal, mas, a seguir, tudo acabava. Era eu, Aparecida, Dona Ida, Dona Deca, Dona Luzia e dona Luisa que iniciamos.

Fazemos a rua principal, perto do Posto de Combustível e o início da rua do Clube. Nos reunimos às quintas-feiras às 16h para atingir pessoas idosas que não podem participar a noite. Às vezes, vamos visitar pessoas idosas que são de outros bairros. Temos como prioridade visitar pessoas idosas que não podem sair de casa. Há uma jovem que faz conosco também. Somos 9 pessoas a participar de maneira habitual.

No ano passado, convidamos Viuma que não participava de nada. Depois, ela disse que o sonho dela era de entrar na fila da comunhão como a sua filha, Walkiria, 14 anos, mas pensava que não era possível porque não tinha feito quando era jovem. Viuma fez a catequese de adultos com Ana Maria e comungou na noite da Páscoa de 2008. Agora, ela não entra mais na fila da comunhão… porque foi chamada para ser ministra da Eucaristia! Ela tem entusiasmo e representou a paróquia na Missa dos Santos óleos em Iuna na quinta-feira Santa de 2009.

Houve épocas em que o Círculo Bíblico quase acabava. Mas, a cada vez, o Espírito Santo enviava alguém para fortalecer o grupo. No momento, Viuma e Walkiria nos incentivam muito.

Aparecida

Sábado 12 de setembro de 2009: Pe. Brasil (setor I)

13.8 Círculo Bíblico Nossa Senhora da Cabeça – São Raimundo – leitor?

Nosso Círculo Bíblico começou com seis famílias no ano de 1988, há 21 anos atrás.

Nós pertencíamos à comunidade Nossa Senhora de Lourdes quando surgiu a Comunidade São Raimundo Nonato. Nós passamos a participar desta comunidade e o grupo continuou firme. No decorrer dos anos, famílias saíram, outras começaram a participar conosco, mas 3 famílias nunca se separaram, e, eu, Aparecida, sempre fui a dirigente, quis por muitas vezes passar a minha tarefa, mas os participantes nunca aceitaram que passasse para outra pessoa. Quando não posso ir por motivo justo, nunca deixaram de fazer as orações.

Mas, no nosso grupo, já conseguimos vários frutos: um destes foi uma mulher que nunca gostou do Círculo Bíblico e deixava o seu esposo ir sozinho; quando era em sua casa, ela sempre comentava que não gostava de reunião; hoje, ela gosta tanto que se o esposo não for no Círculo Bíblico, ela participa sozinha e reflete muito bem. Outro fruto, foi um casal que sempre participou pouco de comunidade, e hoje, não faltam a nada que tem na Igreja, eles participam e refletem na comunidade e no Círculo Bíblico. E, um outro fruto, foi o Paulinho. É homem que quase não participava de nada. Hoje, ele participa de tudo na comunidade, fundou a Pastoral da Sobriedade com outras pessoas em São Raimundo, é ministro da Eucaristia, Coordenador da Liga Católica, saiu do nosso Círculo Bíblico para formar um outro. Sua família continua participando no nosso Círculo Bíblico.

Hoje, somos um total de 8 famílias que participam regularmente. Tem uma família que mora em Juiz de Fora e que vem passar temporada aqui. Todas as vezes que estão aqui, participam conosco e também fazemos reuniões em sua casa. Então, somos um total de 9 famílias que participam. Claro que tem um problema, porque são poucos os homens que participam, mas, com a graça de Deus, quem sabe, um dia, vão participar.

Maria Aparecida de Carvalho Medeiros


Domingo 13 de setembro de 2009, setor IV:

5. Comunidade Senhor Bom Jesus (4) – leitor:

Em nossa comunidade são 4 Círculos Bíblicos: Santo Antônio, Nossa Senhora Aparecida, Santa Rita e Nossa Senhora de Fátima.

O Círculo Bíblico Nossa Senhora de Fátima tem mais ou menos 7 anos. Nestes sete anos, chegou a parar 4 vezes por falta de participação. Algumas famílias se mudaram e faltaram pessoas para rezar. De repente, vinha outra família, e começava novamente. Por este grupo passaram 3 animadores. No início, tinha 6 famílias e um total de 20 pessoas. Hoje, somos 4 casas a participar e 16 pessoas. Como animadora: Patrícia. Às vezes, a gente encontra vários obstáculos pelo caminho. A gente atravessa as barreiras e vai em frente, com a graça de Deus e a intercessão de Nossa Senhora de Fátima.

Em nossa comunidade, são bastante pessoas que têm a doença do álcool. No ano de 2008 conseguimos levar 12 pessoas no encontro de formação da Pastoral da Sobriedade em Dores. Este ano, foram 8. Infelizmente, a doença é muito forte, e não é fácil as pessoas pararem. Mas pelo menos sabem que nos preocupamos com elas.

Ajudamos várias pessoas a receber o batismo, a comunhão, a crisma, o casamento e a batizar os filhos. Neste mês, são dois casais que vão receber.

Há famílias pedindo o batismo das crianças, mas não participam do Círculo Bíblico. Temos que nos aproximar delas e ajuda-las a participar. Já ajudamos uma família de dez filhos que não participava e, hoje, eles participam muito mais.

Fomos provocados pela Samarco para fazer projetos sociais. Fundamos uma associação de produtores para nos organizarmos com pessoas de todas as religiões.

No Círculo Bíblico Santa Rita, é mais difícil, porque há muitos evangélicos. Vão construir um novo Templo. Vai ser ainda mais difícil ficar firmes, no momento onde várias pessoas que tinham responsabilidades mudaram para a rua.

No Círculo Bíblico Santo Antônio, temos um fato muito forte. Temos mais ou menos 11 anos. Duas criança, que têm 2 anos, gostam de participar, até pedir a ter a Bíblia delas. Elas vêm com alegria e têm a “Bíblia delas”. Ainda muito pequenina, elas rezam, fazem o sinal da cruz.

Na feira bíblica, tivemos de fazer a maquete para apresentar a missão de Paulo em Atenas. Paulo ficou muito comovido de ver tantos templos diferentes e não desanimou de anunciar a ressurreição, mesmo não sendo bem recebido. Temos de continuar.


Segunda-feira 14 de setembro de 2009, setor V, Pe. Bruno

3. Comunidade São José Bambu (4) – Leitor?

Até o ano de 1992 não havia Círculo Bíblico na nossa comunidade. Vera Lúcia chegou de Guaçui onde os Círculos Bíblicos existiam e fundou em São José Bambu. No início, nos encontramos todos os meses, depois, todos os quinze dias, e, agora, todas as semanas. No início, ninguém fazia nada, ninguém falava. Havia só Teresa e Vera Lúcia a falar.

No ano de 2001, multiplicamos e criamos um segundo Círculo Bíblico. Com o incentivo da paróquia, há um ano e meio, criamos um terceiro Círculo Bíblico.

No ano de 2009, Sandra chegou da comunidade Santa Isabel e fundou um quarto Círculo Bíblico num lugar onde as pessoas não participavam. Ela não ficou muito tempo na nossa comunidade, mas o Círculo Bíblico que ela fundou continua a se reunir, bem participante. Agora, é Aparecida que anima. Ela tinha afastado da vida da Igreja, e foi o convite de Sandra que a ajudou a voltar.

Foi só nos últimos três anos que o povo começou a entender o que era um Círculo Bíblico. A transformação com o chamado a partilhar a palavra de vida que foi feita no início de 2009 ajudou muito. Ai, todo mundo participa em ler, em partilhar.

Na nossa comunidade, era muito difícil alguém aceitar uma responsabilidade. Dentro do Círculo Bíblico, Vera Lúcia questionava, e acabava apontando com o dedo as pessoas para convencer a aceitar um cargo. É assim que Jeruza aceitou ser ministra da Eucaristia, ela que é bem tímida e não tem confiança nela. Agora, ela aceitou ser coordenadora. É preciso ser perseverante.

Há uma dificuldade no Círculo Bíblico de Teresa: as famílias participam muito bem no Círculo Bíblico, mas não vêm nas celebrações ou missas. Temos ainda muito a trabalhar.

No Círculo Bíblico de Jeruza, somos 8 famílias. Conseguimos que uma vizinha voltasse a participar no Círculo Bíblico. De vez em quando, vêm na Igreja, mas é difícil. Ajudamos o José Eduardo e a Jacqueline que não eram casados na Igreja a receber este sacramento. Agora, batizaram a filha.

No ano de 2007, com a nova maneira de ir ao encontro das pessoas, celebramos 5 casamentos de pessoas juntadas e uns dez adultos fizeram a primeira comunhão e a crisma. A Raiane, que se afastou da Igreja, aceitou ser catequista da pre catequese e gosta muito. Agora, ela participa. Iara, que participava pouco, foi chamada para ser madrinha de batismo, e, nesta ocasião aceitou se tornar assessora da Infância e Adolescência Missionária.

As crianças da comunidade participaram da 1ª Feira Bíblica em Pedra Menina e gostaram muito.


Terça-feira 15 de setembro de 2009, dia da festa da padroeira

Setor I: 15.3 Círculo Bíblico Sagrada Família da comunidade Santa Luzia

O Círculo Bíblico, perto da Igreja Santa Luzia, estava parado. Eu mudei de casa e resolvi iniciar de novo este Círculo Bíblico em particular por causa de Osineia e José Paulo, porque tinham dois filhos para ser batizados. A mãe, também, não era batizada. Os pais não eram casados. São pessoas muito vergonhosas, humildes e que pensavam que não havia lugar para pessoas como elas na Igreja.

Começamos a fazer reuniões na casa deles. Nos acolheram com muito amor. Quando começamos a conviver com eles, sentimos a grandeza da fé deles. Até agora, como não vinham à Igreja, pensávamos que não tinham fé. Mas não era verdade. Fiquei tocado do respeito deles para Deus, no falar, no respeito um para o outro. Lhes exprimi o meu desejo de ver eles na fila da comunhão. Já ajudei Pauli e Marina que eram juntados desde muito tempo a casar na Igreja e a fazer a comunhão. E me senti muito feliz em ver Pauli e Marina receber Cristo. Eu passei para Osineia e Jose Paulo esta alegria. Lhes disse quanto sentia a falta de não ver eles na comunidade, de eles não receberem Cristo conosco. Quando falei, isso tocou o coração deles. Começaram a vir em todas as celebrações, todas as missas, e, neste sábado 8 de agosto de 2009, Osinéia recebeu o batismo, os dois casaram, e, agora, recebem Cristo na comunhão.

Também iniciei este Círculo Bíblico, porque eu mesmo sentia falta de não reunir mais na terça-feira para partilhar a palavra de Deus com os vizinhos. E, para mim, o Círculo Bíblico é catequese para as crianças, para os meus filhos. Agora, eles têm a sorte de descobrir Cristo no Círculo Bíblico conosco. Já fazem as leituras, ajudam na reflexão, falam o versículo que acharam bonito na leitura.

Na primeira visita que fizemos na casa de Osineia e Jose Paulo, Marco Antônio, meu filho, com 10 anos de idade, comentando a palavra de Deus do dia, exclamou-se: “Nós estamos sendo Paulo trazendo o Evangelho até vocês!”

Fazendo releitura do que vivemos no Círculo Bíblico, eu penso, também, em Paulo quando teve um sonho em Troade e que viu um grego chamando para ele: “Venha ao nosso socorro!” e que Paulo disse: “Depois dessa visão, procuramos imediatamente partir para a Macedônia, pois estávamos convencidos de que Deus acabava de nos chamar para a boa notícia” (At 16,9-10). É o que vivi nesta situação.


Terça-feira 15 de setembro de 2009, dia da festa da padroeira

Setor II: 11.1 Círculo Bíblico Nossa Senhora de Fátima da comunidade São João Batista – Bete

No nosso lugar, são oito casas, e todas as casas participam, mesmo que não sejam todas as pessoas a seguir sempre. Neste tempo da panha do café, é mais difícil.

No nosso Círculo Bíblico, chegou uma menina do Rio de Janeiro que tinha 10 anos, e cujos pais desapareceram. Ela não tinha batismo e, através do nosso Círculo Bíblico, entrou na comunidade, começou a participar da catequese, da Infância e Adolescência Missionária e batizou. Ela, e outras crianças, são muito ativas tanto nos Círculos Bíblicos como na partilha das palavras de vida na Escola de Teologia Bíblica mensal após a missa.

Há uma outra família que chegou de fora e começou a participar do nosso Círculo Bíblico. Batizaram as meninas e a mãe está se preparando para a comunhão e a crisma. Vão casar no mês de novembro.

Quando cheguei aqui, o meu pai era doente. Através do Círculo Bíblico, recebi muita ajuda. O Círculo Bíblico nos deu muita ajuda no tempo da doença e da morte dele. Hoje, aceitei ser coordenador da comunidade e ministro da Palavra.

Outro sinal do nosso Círculo Bíblico, é uma senhora que não podia sair da casa, porque tinha uma criança com deficiência. De vez em quando, íamos nos reunir na casa dela.

O nosso Círculo Bíblico era forte e numeroso e decidimos enviar algumas pessoas para fortalecer o Círculo Bíblico vizinho que tinha dificuldades. Agora, o outro Círculo Bíblico anda bem com a ajuda das pessoas que enviamos.


Terça-feira 15 de setembro de 2009, dia da festa da padroeira

Setor III: 8.2 Círculo Bíblico Santa Rita de Cassia da comunidade São José Monte Verde

Qual foi a realidade que encontrei no meu Círculo Bíblico quando peguei a parte de animadora? Eu vi que só eu tinha a Bíblia. Sempre cobrava os outros a trazer a Bíblia, mas não era atendida.

Isso foi até a chegada do Pe Bruno e o trabalho da Escola de Teologia Bíblica. O início foi difícil, até para mim que era animadora. Não entendemos o que seria este estudo que ele estava propondo. No início, tínhamos medo de ir, de falar. Agora, somos regularmente 15 a participar, às vezes mais.

Um dia, todos queriam falar ao mesmo tempo e o padre teve de repartir a palavra. Todos tinham a Bíblia na mão, porque o padre leva sempre uma caixa de Bíblias para emprestar. Quem queria podia guardar a Bíblia e pagar mais tarde. Ele nos disse que foram cerca de 200 Bíblias que foram compradas em 2 anos. Neste dia, havia só duas mulheres que não tinham a Bíblia e ficaram caladas porque não tinham leitura. Enquanto ficamos de pé para fazer a oração final, o Padre perguntou quem queria repetir uma das palavras de vida do capítulo que lemos. Uma das duas senhoras que ficaram caladas até agora foi a segunda a tomar a palavra e disse:

–     “A palavra de vida que guardo, é quando Paulo diz na sinagoga: ‘Homens de Israel e vocês que temem a Deus, escutem bem! (At 13,16)’ Porque, eu não sei nada. Eu não sei ler, eu não sei falar, mas eu posso escutar. E gosto muito de participar. Eu escuto tudo e, quando volto para casa, eu partilho com a família, com os vizinhos”.

A senhora era entusiasmada e não parava de falar, de dizer a sua alegria em escutar a palavra de Deus. O padre, para nos ajudar a tomar consciência do que se passava, lhe disse, brincando:

–     ‘Senhora, você é mentirosa!’

–     ‘Por que, Padre?’

–     ‘Porque você disse que não sabe falar e não para de falar…’

Me faz pensar nos momentos onde se diz que os apóstolos falavam em línguas depois de ter recebido o Espírito Santo.

Agora, no meu Círculo Bíblico, eu vi a diferença, fruto do trabalho da Escola de Teologia Bíblica sobre os Atos dos Apóstolos: antes, no meu Círculo Bíblico, só tínhamos uma Bíblia. Hoje, estamos com nove Bíblias. Graças ao trabalho da Escola de Teologia Bíblica, nós cortamos todas as conversas paralelas, nós não lemos todo o Refletindo, todas as palavras da Motivação, para nos centralizar na Bíblia e fazemos a experiência que todos que têm a Bíblia na mão escolhem uma palavra de vida e a partilham, até as crianças. Nós lemos 3 vezes a palavra para as pessoas que não têm leitura poderem gravar uma frase.

Mas sinto muita dificuldade dentro do meu grupo de Círculo Bíblico por que tem onze famílias mas não chega ir uma pessoa por casa. Se todos aceitam a visita do Círculo Bíblico nas suas casas, só são 6 famílias que aceitam participar quando não é na casa deles. Acontece ainda mais neste período da safra do café.

Recentemente dois jovens juntados, batizados mas não catequizados e que nunca participaram da comunidade, nem do Círculo Bíblico, pediram o batismo da criança. Nós os visitamos e chamamos o padre também para ver como acolher o pedido deles. Até no ano passado, a resposta era evidente: não eram casados, catequizados, não podiam batizar, ou tinham de vir obrigados e com fiscalização da equipe.

Com a nova maneira de fazer, aceitamos o pedido deles e os convidamos a participar do Círculo Bíblico sem fazer disso uma condição. Convidamos o padre para ir visitá-los. Agora, participam tanto do Círculo Bíblico como das celebrações e das missas, enquanto não fizemos disso uma condição mas, sim, um convite. Cabe a nós, continuar a os acompanhar depois do batismo.

Márcia


Terça-feira 15 de setembro de 2009, dia da festa da padroeira

Setor IV, comunidade São Sebastião do Cêrro, 6.1 Círculo Bíblico Divino Espírito Santo – Leitor?

A nossa comunidade faz 2 quilômetros sobre 2, mais ou menos. São 41 famílias, nas quais 3 que são crentes.

O nosso Círculo Bíblico é privilegiado por ter o Zé Faria que sempre procurou levar boa informação da vida social junto a religião. No ano de 2000, Zé foi convidado para ser coordenador dos Círculos Bíblicos da comunidade. Pois, não tinha coordenador geral e os Círculos Bíblicos não iam bem. Foi um desafio: eram três grupos, muita gente, e, às vezes, surgiam assuntos polêmicos que afastaram famílias dos encontros, principalmente a política.

Zé convocou uma reunião com todas as famílias da comunidade na Igreja e aproveitando o “Refletindo” que falava sobre os Atos dos Apóstolos e fazia refletir sobre como surgiram os primeiros cristãos e as primeiras comunidades. E fez uma proposta: de não dividir os grupos, mas sim multiplicar, de três para seis. Ao longo do trabalho, descobriu que tinha um grupo distante, que se reunia em Alta Cachoeira Alegre. Ficou surpreso. Em vez de seis, passamos a ser sete grupos. Alertamos também para ninguém tocar nos assuntos políticos.

Decidimos fazer todos os Círculos Bíblicos na quarta-feira sem mudar a data. O que nos deu muita força, foi quando Dom Luiz veio celebrar a missa no Cêrro e confirmar o nosso trabalho.

Trabalhamos muito sobre o dízimo e sorteamos Bíblias cada mês. Agora, todas as famílias têm a Bíblia em casa e levam no Círculo Bíblico. Até Neli que não tem leitura, leva a Bíblia.

Zé visitava um Círculo Bíblico cada semana, levando o seu apoio e ajudando a refletir, pois, alguns tinham dificuldades. Ia com alguém de cada pastoral para levar a experiência da pastoral em cada Círculo Bíblico. Foi uma experiência muito grande e formou uma equipe missionária com seis pessoas, para visitar algumas famílias que não participavam dos Círculos Bíblicos no mês das missões. Com este trabalho, as famílias foram conscientizadas do que é um Círculo Bíblico. Hoje, elas participam.

Nesse mesmo período, ele e outros produtores, formaram uma Associação de Produtores Rurais do Cêrro que vem apoiar todos os movimentos da comunidade, como folclore, artesanato, pecuária de leite, o café e agricultura. A Associação integrou o folclore que foi lançado pelo meu bisavô. De vez em quando, vamos para outros municípios para apresentações de música contando o nascimento de Jesus. O artesanato deu renda para as mulheres fora da panha do café. Construímos uma sede para o depósito do leite. Nos ajudamos a melhorar a qualidade da produção e a nos formar em proteger o meio ambiente. Por isso, trazemos cursos de capacitação de trabalhos rurais, palestres sobre adequação e preservação do meio ambiente. Hoje, Zé é um produtor exemplar com café orgânico e com colheita seletiva. Está ajudando o C.P.P. e o município a refletir para caminhar nesta direção.

Mas as dificuldades chegaram. As casas são longes umas das outras, e, por várias vezes, as pessoas desanimaram e ficaram sem fazer os encontros. Depois da novena de natal de 2008, a Gislane que animava casou e saiu da comunidade. O grupo parou. Havia entre as pessoas o desejo de voltar a se reunir, mas ninguém se sentia disponível para coordenar e animar o grupo.

Mas o Espírito Santo tocou o coração de Maria do Carmo que se propôs a animar e que reuniu o grupo. Foi no mês de maio de 2009. Na missa seguinte, ela chegou angustiada perto do padre e lhe perguntou:

–     “Padre, não sei se é pecado, mas eu decidi animar o Círculo Bíblico, portanto, eu não tenho leitura. É pecado?”

A resposta foi:

–     “Não é pecado, é o Reino de Deus que está chegando!”

Na sua família, esta senhora era a única a participar da vida da comunidade. Ela conseguiu a interessar um dos seus três filhos. Hoje, Arnaldo é coordenador geral dos sete Círculos Bíblicos e ministro da Palavra.

Nos chamou muita atenção ver uma pessoa que não sabia nem ler, nem escrever, nos incentivar para fazer de novo o Círculo Bíblico.

O grupo voltou à se reunir. O grupo ganhou mais uma família que se mudou para a nossa comunidade. Nessa família, tem uma criança de 9 anos. Até chegar na nossa comunidade, não participavam de nada na Igreja. Hoje, esta criança lê nos encontros, ajuda na animação, e participa ativamente da catequese. Ela se prepara para a primeira comunhão.

Andreia


Terça-feira 15 de setembro de 2009, dia da festa da padroeira

Setor V: 2. Comunidade Santa Isabel (1)

A nossa comunidade foi muito destruída pelas divisões entre nós e pelas pressões da Assembléia de Deus. Somos uma comunidade pequenina, com um único Círculo Bíblico. Não temos muita formação e muitos de nós têm dificuldades em ler e escrever.

Quando lemos trechos da 1ª Carta aos Coríntios, nos reconhecemos nestas palavras de Paulo:

“Entre vocês, não há muitos intelectuais, nem muitos poderosos, nem muitos da alta sociedade. Mas Deus escolheu o que é loucura no mundo, para confundir os sábios; e Deus escolheu o que é fraqueza para confundir o que é forte. E aquilo que o mundo despreza, acha vil e diz que não tem valor, isso Deus escolheu” (1 Cor 1,26-28).

Um acontecimento importante foi a chegada do Padre Juarez e do Padre Bruno que visitaram as famílias. Depois, houve o mês pradosiano que ocorreu com a presença de 8 padres durante o mês de janeiro de 2007. Durante um mês, nos encontramos todas as noites com os padres. Depois da leitura do Evangelho, éramos nós que partilhávamos em primeiro lugar a palavra de vida, antes dos padres também partilhar. Dinamizou muito a comunidade e marcou os padres que voltaram impressionados às paróquias deles.

Na assembléia da comunidade que ocorreu durante este mês pradosiano, alguém indicou Lani, para se preparar para ser ministra da Eucaristia. Até agora, não havia ministros na nossa comunidade. Ela respondeu que não era casada. Alguém lhe respondeu: “Mas você pode casar”. Lani chamou em alta voz o seu companheiro que estava no fundo da Igreja para saber se ele aceitava casar com ela. Já tinham 4 filhos e eram juntados. Ele aceitou.

No sábado 1° de setembro de 2007, houve dois casamentos de pessoas juntadas e 13 primeiras comunhões de adultos e adolescentes.

Alertamos sobre as famílias que moravam na divisa entre os três estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e que não tinham mais vida de Igreja. Houve vários mortos baleados em ligação à droga, álcool, e o Círculo Bíblico acabou. O padre da paróquia vizinha não vinha mais celebrar desde 2 anos e meio.

No domingo 11 de março de 2007, com todos os jovens da comunidade Santa Isabel e com o Padre e a irmã, fizemos uma missão nas famílias de Três Estados e ajudamos a fundar uma “quase comunidade” onde celebramos todos os meses.

No sábado 28 e domingo 29 de abril, 55 jovens de metade da paróquia fizeram uma missão na nossa comunidade e na comunidade São José Bambu. Pensávamos em fazer a missão também em Três Estados, mas não foi possível por causa da lama nas estradas.

Na quinta-feira 9 de outubro de 2008, Sandra mudou para São José Bambu e elegemos Lani como coordenadora. Ela alertou o padre sobre a chegada de uma família com 4 crianças entre 9 e 1 anos numa casa totalmente isolada, perto da nova usina hidroelétrica. Os últimos filhos não eram batizados porque a família já vivia numa casa muito distante de tudo. Os pais não eram casados mas tinham grande fé. Natália, a filha com 9 anos, não conseguia ir à catequese, porque são 4 quilômetros da casa deles para a Igreja Santa Isabel. Não têm vizinhos para fundar um Círculo Bíblico. Não têm condução.

Decidimos ir visitá-los de vez em quando com todo o Círculo Bíblico. Quando há missa, o padre vai buscá-los de carro. Eles têm costume de rezar em família. Agora, a filha com 9 anos lê trechos do Evangelho na casa e participa conosco da leitura dos Atos dos Apóstolos. Na segunda-feira 18 de maio, celebramos o casamento dos pais, Zezinho e Antônia, a primeira comunhão de Natália, o batismo de Raissa e Raniel. O irmão de Zezinho veio participar do casamento. No fim da celebração, pediu para ele receber o batismo, a comunhão, a crisma e o casamento. A sua esposa e a sua cunhada também vão fazer a comunhão e a crisma. Vai acontecer na comunidade de Senhor Bom Jesus que acompanha esta família.

Vamos levar a comunhão a pé à uma senhora que teve um derrame e que mora a 7 quilômetros da nossa Igreja, um lugar totalmente inacessível quando há chuva forte e que o Rio Preto transborda e invade a pista.

Na leitura dos Atos dos Apóstolos, fizemos a ligação entre o sonho de Paulo em Troade quando vê de pé um macedônio que lhe suplicava: “Venha à Macedônia e ajude-nos!” e o chamado que Sandra sentiu para ir ao encontro das famílias de Três Estados, assim como o chamado de Lani para ir ao encontro de Zezinho e Antônia. Tal como Paulo, depois dessa visão, “procuramos imediatamente partir para Três Estados e para essa família, pois estávamos convencidos de que Deus acabava de nos chamar para anunciar aí a Boa Notícia” (At 16,9-10).

 

Ce contenu a été publié dans Brésil, português. Vous pouvez le mettre en favoris avec ce permalien.

Laisser un commentaire