A missão em Dores e Guaçui – Testemunho na faculdade (9/9/2009)

O ano de 2009 foi o “ano da França no Brasil”. A faculdade de filosofia, ciências e letras de Alegre/ES – FAFIA, organizou nos dias 09, 10 e 11 de Setembro de 2009 o primeiro seminário internacional em história com a participação do município de Guaçuí-ES nas comemorações dedicadas ao ano da França no Brasil sobre o tema: “França – sua presença na história e cultura de Guaçuí-ES”. Me pediram uma intervenção sobre o tema: “Relato de experiência missionária nos municípios capixabas de Dores do Rio Preto e Guaçuí” que lhes partilho a seguir. Eis a minha intervenção no dia 9 de outubro de 2009.

O caminho ate chegar na diocese de Cachoeiro de Itapemirim

Antes de apresentar a missão em Guaçuí e em Dores do Rio Preto, é bom dizer como aconteceu eu chegar aqui no dia 1° de novembro de 2005, há quatro anos atrás.

Nasci perto de Bordeaux em 1960, cresci perto de Lyon, e, quando completei 17 anos e que fiz o vestibular, pedi para entrar no seminário. A Igreja me pediu para não entrar no seminário clássico mas fazer estudos profanos por duas razões:

–     Não aproveitar da minha generosidade de 17 anos

–     Tornar-me padre na escuta da sociedade de hoje e adquirindo uma formação para anunciar o Evangelho neste mundo técnico.

Assim, fiz toda a formação de medicina em Paris (1977-1986) enquanto participava da comunidade cristã da universidade, e de um grupo de estudantes que se preparavam para ser padres, seguindo cursos de Bíblia a noite (uma vez por mês), teologia no fim da semana (uma vez por mês), e sessões intensivas nas férias de verão.

Passei os três últimos anos de formação de medicina trabalhando num hospital de geriatria. Aí, fiquei muito tocado pelo problema da dor não tratada das pessoas em fim de vida e fui um dos fundadores dos “Cuidados Paliativos”. Consiste em tratar eficazmente a dor das pessoas em fim de vida, sem provocar a morte, e em acompanhar psicologicamente tanto a pessoa doente como a família. Apresentei a minha tese no 18/06/1986 sobre este assunto e recebi o Prêmio Nacional de Geriatria. Ela foi publicada em Paris e reeditada 20 anos depois por um editor de Montreal (Canada).

Entretanto, descobri o Padre Chevrier e a Associação dos Padres do Prado que ele fundou. O Prado é uma associação de padres diocesanos fundada no momento da Revolução Industrial pelo Padre Antônio Chevrier, contemporâneo do Cura d’Ars que ele encontrou e por quem tinha estima reciproca. Pe. Chevrier ficou muito comovido em ver a distância entre a Igreja e o povo, em particular os mais pobres e contou:

“Foi meditando na noite de Natal sobre a pobreza de Nosso Senhor e o seu abaixamento entre os homens que resolvi deixar tudo e viver o mais pobremente possível. Eu me dizia: o Filho de Deus desceu à terra para salvar os homens e converter os pecadores. E, no entanto, que vemos? Quantos pecadores há no mundo! Os homens continuam a condenar-se (a viver sem se saber amados por Deus). Então, eu me decidi a seguir mais de perto a nosso Senhor Jesus Cristo para tornar-me mais capaz de trabalhar eficazmente pela salvação das almas e o meu desejo é que vocês também sigam a Jesus mais de perto”

Pe. Antônio Chevrier chamou outros padres a se associarem e a se ajudarem em seguir Jesus Cristo mais de perto, passando horas no Evangelho e tornando-se próximo das pessoas mais pobres, mais distantes da Igreja. Somos mais de 1 300 padres diocesanos em mais de 50 países do mundo, incluído a China.

Completei a formação para ser padre vivendo em um apartamento num bairro pobre dos subúrbios de Lyon, seguindo a formação teológica na Faculdade católica de Lyon (1986-1990). Fiz o mestrado de teologia sobre a interdição da Eutanasia que foi também publicada pelo mesmo editor de Montreal.

Pensei em exercer a medicina para anunciar o Evangelho no meio dos profissionais da saúde, mas, por fim, fiquei tocado em ver poucos padres jovens na França nas paróquias e deixei o exercício da medicina.

Ordenei-me em 17/06/1990 e passei 9 anos numa paróquia pobre da minha diocese, uma paróquia onde havia pessoas vindas de mais de 50 países diferentes, dos quais, muitos portugueses. Tive de aprender a falar português e celebrava cada domingo duas missas em português.

No ano de 1999, fui eleito assistente do Responsável da Associação dos Padres do Prado na França por 6 anos. Visitei os padres, animei retiros, formações para os 600 padres do Prado da França e para várias dioceses. Dei retiros e formações para religiosas, diáconos, leigos que queriam se apoiar sobre a espiritualidade do Padre Chevrier.

No ano de 2005, acabei o meu serviço em favor da Associação dos Padres do Prado na França. Enquanto sonhava em voltar para uma paróquia pobre da minha diocese, nos arredores de Paris, rezei e me disponibilizei para apoiar os Padres que quisessem viver da espiritualidade do Prado em qualquer país do mundo.

O porquê da minha chegada em Dores e Guaçuí

Assim, cheguei no Brasil no 1° de novembro de 2005 com a missão principal de apoiar a Associação dos Padres do Prado no Brasil. A minha chegada tornou possível para Dom Célio liberar o Pe. Olímpio do cargo da paróquia de Alegre para que ele possa assumir o seu serviço de responsável do Prado do Brasil. Com o Pe. Juarez, a partir de 3 de fevereiro de 2006, servimos as paróquias de Dores e Guaçuí. E tivemos a grande sorte de ter vida fraterna com o Pe. Pedro e de colaborar com as irmãs e os diáconos.

Pe Juarez não está aqui hoje, porque está ajudando um mês na diocese de Conceição da Araguaia na Amazônia. É a diocese irmã da diocese de Cachoeiro. Mas não tenho palavra para dar graças a Deus pelo acolhimento que recebi de Pe. Juarez. Encontrei um irmão que tem a mesma paixão pelo Evangelho e para ajudar a se tornar verdadeiros discípulos de Jesus Cristo. Ele contribuiu muito para minha boa inserção na diocese de Cachoeiro de Itapemirim, mais particularmente em Guaçuí e Dores do Rio Preto. Fiquei tão feliz no dia onde ele fez o compromisso na Associação dos Padres do Prado.

Também, não tenho palavra para agradecer a Dom Célio que confiou em mim quando cheguei e sempre me confirmou na missão.

Ao mesmo tempo que vivia a missão em Guaçuí e Dores, participei da tradução do “Verdadeiro Discípulo”, livro do Padre Chevrier e das “Cartas do Padre Chevrier” e de um terceiro livro em português. Dei formações em vários lugares do Brasil (João Pessoa, Janaúba, Salvador, Santa Catarina). Animei o “Mês Pradosiano” na comunidade Santa Isabel para 8 padres vindo de vários lugares do Brasil. Acompanhei o Pe Antenor quando fez o seu “ano pradosiano vivendo conosco. Ainda estou passando tempo a fazer traduções para o Prado. O trabalho a favor do Prado é a razão da minha chegada aqui e é uma parte importante da minha missão, mesmo o povo de Dores não percebendo. Quando o Prado do Brasil não precisar mais dos meus serviços, me disponibilizarei para outro país.

Quais foram as minhas convicções quando cheguei?

Cheguei com uma única “exigência”: viver em comunidade e partilhar a missão com outro padre.

–     Porque isso é parte do nosso carisma no Prado, para nos ajudar a nos tornarmos mais “verdadeiros discípulos de Cristo” e não nos tornarmos donos da missão independentes uns dos outros.

–     Para ter um irmão que me ajude a entrar numa outra história humana, eclesial.

E tivemos a sorte de viver esta vida fraterna acolhendo também Pe. Pedro que nos provoca sempre a rezar e que guarda esta paixão inicial para a missão, para o ministério. Jesus os enviou “dois a dois”, escolheu doze, e mesmo 72 e mais… O trabalho que lançou o Pe. Juarez com as irmãs, associadas à missão e vivendo retiros regulares conosco foi essencial para mim.

Cheguei com outras convicções:

1. Visitar e escutar muito

–     O que é a vida das pessoas?

–     O que são as preocupações delas, e não só no nível religioso?

–     Qual é o dom de Deus no coração delas?

E visitei muitas famílias. Quantas? Não sei. Só sei que tenho 985 fotos de famílias visitadas ou encontradas em Dores, 468 em Guaçuí, cerca de 1 500 no total.

2. Ajudar as pessoas a “ir ver Jesus no Evangelho”,

Em todos os encontros, “Colocar a palavra de Deus nas mãos das pessoas”, e provoca-las a dizer a “palavra de vida”, o que elas acolhem desta palavra. Descobri tantas coisas na escuta de cada um, em particular dos mais pobres, dos que não tinham leitura e que diziam como recebiam a palavra do Evangelho, dos Atos dos Apóstolos.

3. Formar “apóstolos”

Investi muito na preparação dos Conselhos Pastorais Paroquiais, e fiz deles um lugar de discernimento e de decisão para a missão.

4. Entrar na dinâmica da Igreja local e da América Latina

Não importar coisas da França, mas me apoiar e incentivar o que existia em Guaçuí e Dores, e, em primeiro lugar, as comunidades de base e os Círculos Bíblicos.

Confesso que importei essa riqueza da Igreja da América Latina no trabalho que fiz nos bairros pobres de Paris, porque me interessei neste trabalho quando era ainda seminarista e tive a sorte de participar na Igreja do Caribe quando participei da ordenação de um colega na Ilha da Guadalupe.

5. Trabalhar para edificar uma Igreja vivendo o Evangelho de maneira mais radical
  • Na atenção aos mais pobres e acompanhando os mais ricos
  • Na abertura à sociedade civil
  • Numa preocupação ecumênica mas alertando contra o proselitismo, o fundamentalismo, os desvios do Pentecostismo, esta tentação de mexer com as emoções das pessoas tanto dentro da Igreja católica, como fora. Infelizmente, não encontrei esta preocupação do lado dos pastores crentes. Quantas vezes convidei sem mesmo receber uma resposta, e nunca recebi convite da parte deles.
  • Na sua gestão financeira

Iniciativas missionárias

Das visitas, com um discernimento no C.P.P. surgiram várias reflexões e iniciativas missionárias

  1. As missões dos jovens
  2. Irmã Maria do Socorro que chegou em Dores no mês de dezembro de 2006, incentivou a catequese e fundou a Infância e Adolescência Missionária
  3. Depois de uma reflexão no C.P.P. a partir da realidade encontrada nas visitas, fundamos a Pastoral da Sobriedade
  4. A partir também da cartilha dos bispos do Espírito Santo, e percebendo nas visitas e nas conversas com políticos, todas as feridas que ficavam das eleições de 2004, um trabalho de conscientização para viver eleições diferentes.
  5. Um incentivo aos que têm responsabilidades econômicas e que empregam pessoas a refletir sobre as responsabilidades deles à luz do Evangelho e da doutrina social da Igreja.
  6. A partir da situação de tantas pessoas feridas pelos agrotóxicos, e me apoiando sobre o trabalho de pessoas “profetas” em Dores, aproveitando da Conferência das COMUNIDADES DE BASE deste ano, um primeiro trabalho de conscientização sobre a ecologia e a necessidade de caminhar para uma agricultura orgânica e com o respeito dos direitos dos trabalhadores. Eu sonho de contribuir a fazer de Dores um município com agricultura orgânica, colheita seletiva do café, e participando do “Comercio Solidário”. Tenho a certeza que aí que é o futuro de Dores, como de Guaçuí.
  7. Um trabalho de apoio às pastorais sociais: Vicentinos, Pastoral da Criança, Pastoral da Sobriedade
  8. Um apoio ao compromisso dos católicos em parceria com pessoas de outras religiões nas associações de trabalhadores, de moradores, nos sindicatos, etc. Faço-me presente, na medida do possível, e numa total liberdade partidária, à ações dos organismos públicos em favor da vida, da justiça social.
  9. Com o Conselho Pastoral Paroquial e com o Conselho Paroquial para Assuntos Econômicos, trabalhamos a transformar a situação material da paróquia e a viver esta dimensão “a luz do Evangelho”, parando com as ofertas públicas (Rifas, Leilão, pedidos ou aceitação de doações pelos políticos). Ajudamos as pessoas a não preocupar-se só em construir a capela delas, mas a se preocupar de partilhar juntamente todas as despesas da missão, a começar pela solidariedade com os mais pobres. Assim, partilhamos 5% do dízimo com os Vicentinos e apoiamos as vítimas das enchentes do ano passado e a missão do Pe. Emílio, originário de Dores e Guaçuí e missionário em Moçambique. Trabalhamos para uma melhor solidariedade entre as comunidades. Assim, a construção da Igreja Santa Ana em Dores de Minas será obra de toda a paróquia e partilhamos 15% de todas as entradas com a diocese, inclusive das doações. O dízimo aumentou de 80% em 3 anos, mas ainda tem trabalho a fazer para conseguir viver a missão.

Três acontecimentos marcantes

Destes 4 primeiros anos da minha presença, quero destacar 3 acontecimentos que encaixam tão fortemente com a espiritualidade do Prado e com as intuições que tinha, e particularmente com a intuição principal: “Colocar o Evangelho nas mãos das pessoas, em particular das mais pobres” e recebê-lo delas

  1. No mês de maio de 2007, a Quinta Conferência de Aparecida nos chamou a nos tornar « Discípulos e missionários de Cristo para que os nossos povos Nele tenham vida »
  2. No 26 de outubro de 2008, a Assembleia da nossa diocese de Cachoeiro de Itapemirim escolheu esta prioridade: A CENTRALIDADE DA PALAVRA DE DEUS com os seus desdobramentos na Missão e no serviço da Caridade
  3. No domingo 26 de setembro de 2008, o Sínodo dos bispos do mundo inteiro sobre a palavra de Deus nos chamou a “Tomar e comer a Palavra de Deus”

Colocar o Evangelho nas mãos dos pobres

Na preocupação de ajudar as pessoas a encontrar Jesus na Palavra, e de se descobrir capazes de ler, falar, animar, na preocupação de escutar o que o Espírito Santo diz pelo intermédio dos mais simples, comecei a pedir às pessoas para “partilhar a palavra de vida”, depois da proclamação do Evangelho nas missas.

Nesta mesma atenção, e com a preocupação de ajudar as pessoas a conhecer a Bíblia, a ver como Jesus fundou uma Igreja única, uma Igreja que não era fundamentalista e que ajudava as pessoas a crescer humanamente e não a fugir num mundo emocional irracional e destrutor, lancei a “Escola de Teologia Bíblica”, primeiro em Dores e Pedra Menina no ano de 2007, depois em todas as comunidades em 2008. Cada mês, depois da missa, é em média 240 pessoas que ficam, que leem um capítulo dos Atos dos Apóstolos, partilham a palavra de vida, as luzes que encontram, fazem a ligação com a vida de hoje, tanto a vida eclesial, quanto a vida na família e na sociedade. Fiquei encantado pelos frutos para as pessoas, para mim, para as comunidades. Desta leitura, surgiram iniciativas missionárias nas comunidades tanto para convidar pessoas a participar da vida da comunidade, como para visitar pessoas que necessitavam. Outros padres têm a mesma prática em outras paróquias e estão também encantados

Os Atos dos Apóstolos de Dores do Rio Preto

No sábado 6 de dezembro de 2008 a assembléia da nossa paróquia decidiu fazer dos Círculos Bíblicos a nossa prioridade absoluta. E, no C.P.P. de maio, preparando a festa de Nossa Senhora das Dores, decidimos escrever os “Atos dos Apóstolos de Dores do Rio Preto”.

Vocês me pediram para falar da minha missão no Brasil, mas tenho consciência ainda mais forte que a missão é de Cristo, obra do Espírito Santo pela Palavra que age nos corações das pessoas.

Guardo muito forte no meu coração todas essas expressões dos Círculos Bíblicos.

Quero concluir lendo alguns trechos dos Atos dos Apóstolos de Dores do Rio Preto

Círculo Bíblico Santa Rita de Cassia

Qual foi a realidade que encontrei no meu Círculo Bíblico quando peguei a parte de animadora? Eu vi que só eu tinha a Bíblia. Sempre cobrava os outros a trazer a Bíblia, mas não era atendida.

Isso foi até a chegada do Pe Bruno e o trabalho da Escola de Teologia Bíblica. O início foi difícil, até para mim que era animadora. Não entendemos o que seria este estudo que ele estava propondo. No início, tínhamos medo de ir, de falar. Agora, somos regularmente 15 a participar, às vezes mais.

Um dia, todos queriam falar ao mesmo tempo e o padre teve de repartir a palavra. Todos tinham a Bíblia na mão, porque o padre leva sempre uma caixa de Bíblias para emprestar. Quem queria podia guardar a Bíblia e pagar mais tarde. Ele nos disse que foram cerca de 200 Bíblias que foram compradas em 2 anos. Neste dia, havia só duas mulheres que não tinham a Bíblia e ficaram caladas porque não tinham leitura. Enquanto ficamos de pé para fazer a oração final, o Padre perguntou quem queria repetir uma das palavras de vida do capítulo que lemos. Uma das duas senhoras que ficaram caladas até agora foi a segunda a tomar a palavra e disse:

–     “A palavra de vida que guardo, é quando Paulo diz na sinagoga: ‘Homens de Israel e vocês que temem a Deus, escutem bem! (At 13,16)’ Porque, eu não sei nada. Eu não sei ler, eu não sei falar, mas eu posso escutar. E gosto muito de participar. Eu escuto tudo e, quando volto para casa, eu partilho com a família, com os vizinhos”.

A senhora era entusiasmada e não parava de falar, de dizer a sua alegria em escutar a palavra de Deus. O padre, para nos ajudar a tomar consciência do que se passava, lhe disse, brincando:

–     ‘Senhora, você é mentirosa!’

–     ‘Por que, Padre?’

–     ‘Porque você disse que não sabe falar e não para de falar…’

Me faz pensar nos momentos onde se diz que os apóstolos falavam em línguas depois de ter recebido o Espírito Santo.

Agora, no meu Círculo Bíblico, eu vi a diferença, fruto do trabalho da Escola de Teologia Bíblica sobre os Atos dos Apóstolos: antes, no meu Círculo Bíblico, só tínhamos uma Bíblia. Hoje, estamos com nove Bíblias. Graças ao trabalho da Escola de Teologia Bíblica, nós cortamos todas as conversas paralelas, nós não lemos todo o Refletindo, todas as palavras da Motivação, para nos centralizar na Bíblia e fazemos a experiência que todos que têm a Bíblia na mão escolhem uma palavra de vida e a partilham, até as crianças. Nós lemos 3 vezes a palavra para as pessoas que não têm leitura poderem gravar uma frase.

Mas sinto muita dificuldade dentro do meu grupo de Círculo Bíblico por que tem onze famílias mas não chega ir uma pessoa por casa. Se todos aceitam a visita do Círculo Bíblico nas suas casas, só são 6 famílias que aceitam participar quando não é na casa deles. Acontece ainda mais neste período da safra do café.

Recentemente dois jovens juntados, batizados mas não catequizados e que nunca participaram da comunidade, nem do Círculo Bíblico, pediram o batismo da criança. Nós os visitamos e chamamos o padre também para ver como acolher o pedido deles. Até no ano passado, a resposta era evidente: não eram casados, catequizados, não podiam batizar, ou tinham de vir obrigados e com fiscalização da equipe.

Com a nova maneira de fazer, aceitamos o pedido deles e os convidamos a participar do Círculo Bíblico sem fazer disso uma condição. Convidamos o padre para ir visitá-los. Agora, participam tanto do Círculo Bíblico como das celebrações e das missas, enquanto não fizemos disso uma condição mas, sim, um convite. Cabe a nós, continuar a os acompanhar depois do batismo.

Márcia

Padre Bruno Cadart, no dia 9 de setembro de 2009 em Guaçuí

 

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