Encontro dos coordenadores das CEB e leitura da exortação « A alegria do Evangelho » (Novembro de 2012)

Fiquei tocado com o que se partilhou nos encontros dos coordenadores das Comunidades de base da Paróquia de Befeta e, por isso, fiz esta releitura.

Organização dos encontros de coordenadores das comunidades e professores das escolas católicas

A paróquia tem 4 centros principais onde se celebra uma vez por mês num domingo. Desses 4 centros, dependem comunidades de base onde celebramos 5 vezes por ano. Muitas dessas comunidades têm também escolas primárias católicas. Cada comunidade de base tem a sua capela onde se encontram pessoas que vêm de vários lugarejos, até 15 ou 20 lugarejos por comunidade. A cada mês, reunimos os coordenadores e professores das comunidades que dependem dos centros de Befeta (7 comunidades) e Ikalalao (8 comunidades), e, na semana seguinte os dos centros de Isaka (9 comunidades) e Tomboarivo (9 comunidades). A cada vez, são uns trinte pessoas que se encontram.

O encontro começa numa sexta-feira às 10h. No mês de novembro, Pe Wilson, o pároco, deu uma formação sobre o livro do sínodo que está ocorrendo na diocese. Na sexta-feira a tarde, em equipas meditamos as leituras dos domingos a seguir, depois, cada equipe partilha a sua meditação e fico muitas vezes maravilhado com a riqueza do que se partilha, agora que entendo melhor a língua malagasy. Acabamos o dia com a missa. No sábado da manhã, depois da missa da manhã, cada coordenador e professor conta o que se viveu na sua comunidade durante o mês. Depois, sou eu que partilha o que me tocou no mês anterior Pe Wilson partilhar também e dar as orientações da diocese. Depois do almoço, cada um volta para a casa. Uns têm 5 horas a pé para voltar.

300 pessoas com armas nas comunidades de base que dependem do Centro de Tomboarivo no 9 de novembro.

Durante o encontro de junho, o coordenador da comunidade de Seranana conto como umas trinte pessoas armadas vieram vingar uma pessoa matada por uma pessoa de Seranana. Balanço: 13 mortos e 12 feridos numa pequenina aldeia com armas de fogo, facas e incendiando uma casa.

Neste encontro do 16 de novembro, todas as comunidades que dependem do Centro de Tomboarivo contaram uma agressão por um grupo que invadiu o setor. Um morador duma das comunidades de base era conhecido como ladrão, alguém que roubava muitos bois e tinha um rebanho de mais de 700 animais. Toda a gente sabia inclusive a polícia, mas cada um se calava, por medo, por corucão, por concepção erada da “fihavanana”, fraternidade num grupo, que consiste em nunca denunciar alguém do seu grupo, mesmo que errar muito.

Na sexta-feira 9 de novembro, pessoas vindas do oeste da nossa diocese que tinham a convicção que esse homem lhes tinha roubado muitos bois invadiram as comunidades numa expedição punitiva. Aquele que roubava os bois não era na casa. A tropa atravessou varias comunidades. Quando os viram chegar, as pessoas fugiram das casas delas para os campos, olhando a distância a ação do grupo armado e contaram mais de 300 pessoas, nas quais 96 pessoas em civil com fuzeis, 33 soldados com kalachnikov que se juntaram nos civis. Roubaram 400 bois sem que seja os que lhes foram roubados, entraram nas casas, quebraram as coisas, roubaram o que lá se encontrava. O catequista do Centro de Tomboarivo recebeu uma “bala perdida” que entrou debaixo da clavícula sem atingir nenhum órgão vital. Por causa da pobreza, nem foi para o hospital e a bala está ficando no corpo dele.

Um coronel da polícia militar que morava lá negociou para recuperar os bois da sua família, mas não os outros bois…

Todas as comunidades dos três outros centros contaram ataques por ladrões que ocorreram no mês de outubro, enquanto, de costume, “somente” 2 ou 3 comunidades contavam tais acontecimentos com ou sem pessoas matadas durante os assaltos.

Durante os 6 dias que demorei no Centro de Promoção Rural d’Ikalalao, houve 3 assaltos. De noite, houve uma alerte porque 2 homens estavam roubando frutos num campo o que está diferente dos assaltos por grupos organizados que roubam bois e que traduze o fome que chegou.

A dificuldade para escolarizar as crianças e ter “sessionistas” no Centro de Promoção Rural d’Ikalalao

Em todos os lugares o número de crianças que vêm à escola está caindo enquanto já eram menos de 50 % que podiam estudar. Numa escola, havia 45 alunos no ano passado, agora são 15 e os professores recebem muito dificilmente o “écolage”, participação das famílias à vida material dos professores. A crise política, a invasão dos “valala”, gafanhotos peregrinos desde do início do ano que fez cair de 20 % a produção de arroz, alimento de base, provocam a fome e as famílias não conseguem mais enviar os seus filhos à escola.

Pensávamos que haveria dificuldades em reunir adolescentes não escolarizados nas sessões mensais que duram uma semana no Centro de Promoção Rural d’Ikalalao onde eles apreendem técnicas de agricultura, carpinteira, costura, etc. mas ultrapassou a nossa espera. Foram 3 a chegar no domingo, 4 que chegaram na segunda-feira, enquanto costumamos receber 50.

Disseram que foi por causa da fome e da incapacidade dos adolescentes a trazer a quantia de arroz para comer e, também, por causa do medo de ser agredido no caminho.

Aproveitamos da visita de todas as comunidades no mês de novembro para chama-los a vir com a quantia de arroz que eles comem na casa, mas de vir. Esperamos eles ouvirem.

A cada tarde, uma equipe prepara uma encenação do Evangelho para a missa das 6h da manhã. No ano passado, encenamos todo o Evangelho de São João. Neste ano, iniciamos a encenação de todos os Atos dos Apóstolos.

Uma das 3 sessionistas que veio não teve medo de andar 9h a pé sozinha para lá chegar.

Muitos Círculos Bíblicos parados e a dúvida que entrou no meu coração

Não queria agir por mim mesmo e importar coisas que os malagasy não queriam receber. Mas, vendo a situação da nossa paróquia, tinha falado com Pe Wilson da experiência dos Círculos Bíblicos do Brasil e ele se encantou e falou com os coordenadores das comunidades. Assim, desde de outubro de 2012, muitos lugarejos iniciaram círculos bíblicos que se encontram a cada quinta-feira a noite. Quando o bispo ouviu isso, na sua Carta Pastoral de janeiro de 2013, chamou toda a diocese a tomar este caminho. Mas, na partilha sobre a vida das comunidades no encontro de novembro, percebi que eram uns 20 Círculos Bíblicos somente que continuavam reunindo-se enquanto são uns 300 lugarejos na paróquia.

Nós pedimos aos Círculos Bíblicos de fazer um caderno no qual escreviam a data, as referências do Evangelho meditado, uma palavra da vida, e quantos adultos, jovens, crianças, se reuniram, e de colocar o caderno sobre o altar da igreja da comunidade de base para tornar presente o Círculo Bíblico na oração. Nós incentivamos as comunidades a fazer encenação do Evangelho. Depois de um entusiasmo inicial, se tornava muito raro a gente fazer. Quando nós falávamos dos Círculos Bíblicos, as pessoas concordavam, mas nada mudava, não se reuniam mais.

Neste contexto, estava duvidando: será que estou me deixando conduzir pelo Espírito Santo quando faço esta proposta ou estou impondo o meu jeito vindo da fora? E, continuar a falar sempre quando a realidade não segue mais, será justo? Se não houvesse o compromisso determinado de Pe Wilson, a carta pastoral de Dom Fulgence que chamou toda a diocese a ir nesta direção, mesmo que acreditava muito neste caminho para ajudar este povo sofredor a encontrar Cristo no Evangelho e a se levantar, não sei se continuaria chamar a gente para seguir este caminho.

Sinais de ressurreição num contexto marcado pela Paixão

No 26 de outubro, fui celebrar na comunidade de base d’Ambatotsara (o que se traduz com “na boa rocha”). Havia 5 cadernos de Círculos Bíblicos sobre o altar mais o caderno de uma equipe do Movimento Eucarístico da Juventude (Mej).

Quando estava para começar a homilia, uma jovem se levantou e me interrompeu dizendo que havia uma encenação. Era Maria, sessionista em Ikalalao, muito pobre, que estudou muito pouco, mas foi ela que fundou o Círculo Bíblico do seu lugarejo e que fundou uma equipa de crianças do Mej. Os jovens encenaram a parábola da figueira no meio da videira que já havia 3 anos que não dava frutos e que o mestre da videira queria cortar (Lc 13, 1-9). Olhando eles encenar, a compreensão que eu tinha desta parábola mudou e a homilia foi transformada. Havia muita alegria nesta comunidade apesar de todas as violências deste período.

Depois da missa, visitei 3 famílias cuja casas foram invadidas por ladrões em 3 ataques consecutivas num mês. Uma das casas não tinha mais telhado porque foi queimado pelos ladrões que roubaram tudo, inclusive as economias da comunidade de base e da escola.

Depois, fomos visitar o lugarejo de Maria. Comecei com uma longa partilha com Maria. Queria ser irmã, e não duvido da vocação e da capacidade dela apesar de não ter acabado o ensino primário, mas a mãe dela é viúva, doente, ainda tem um filho na casa e não seria seguir Cristo de abandonar a mãe nesta situação. Pois, convidei-la seja a pensar em fundar uma família, seja a escolher de ser leiga consagrada e lhe disse que eu estava pronto para acompanha-la neste caminho. Foi o que ela escolheu até agora e animarei um retiro de 3 dias depois do 1° de janeiro para ela mais 3 outras meninas que buscam uma vida consagrada.

Ela pediu também ajuda financeira: com os gafanhotos, não havia mais sementes para plantear arroz para o ano a chegar.

Uns meses antes, eu já visitei-la e dei o sacramento dos enfermos à mãe dentro da casa. Éramos no 1° andar e havia umas 40 pessoas na sala estreita, mães com bebê e crianças numerosas. De repente, o filho mais velho surgiu, bêbado, com uma grande faca na mão, dizendo que ia matar toda a gente. Houve mães com bebê saltando pela janela do 1° andar. Tentei acalmá-lo e ocupá-lo para deixar à gente o tempo de sair. Quando toda a gente foi saído, ele saiu também pela escada sem eu poder impedi-lo, e pensei me encontrar sozinho na sala quando vi uma mãe sair de debaixo da trança no canto da sala. Se tinha escondida debaixo com o bebê dela.

Que alegria em realizar que aquele que fazia o dono da videira na encenação da parábola era o irmão mais jovem deste rapaz ladrão, violente e alcoólico, de saber que continuava estudando graça à uma ajuda que tinha recebida e que participava do Mej, melhora ajuda para não seguir o caminho do irmão mais velho.

Depois, visitamos casa deste lugarejo que os ladrões atacaram também para benzer a casa. Enquanto rezávamos, uma senhora disse: “Padre, é preciso dar o sacramento dos enfermos ao dono da casa que está lutando para se libertar da doença do álcool.” A pessoa confirmou e disse que já havia um mês que, com a esposa dele, não bebiam mais. Finalmente, foram 4 pessoas que receberam o sacramento.

Maria pediu para eu ficar dormindo no lugarejo mas não podia neste momento e prometi vir no 26 de dezembro participar do Círculo Bíblico e dormir na casa deles porque não será possível voltar para Befeta da noite. Durante o dia, ao pedido de Maria, faremos uma missão com as crianças desta equipa do Mej.

A cara de Dona Marceline e o “companheiro” de Magali

Entre os vários rostos encontrados na paróquia, neste ano, o mistério do Natal, de Deus que se encarna, terá a cara de Dona Marceline. Na quinta-feira 14 de novembro, depois de ter celebrado a missa numa comunidade, fui chamado para visitar Dona Marceline, membra de um movimento de adultos cristão. Ela tem 60 anos enquanto ela parece ter 80 anos. Ela era sentada fora da casa dela e ela não podia chegar à Igreja porque tinha uma doença da pela que fazia que tudo o corpo dela era uma ferida viva coberta com muitas moscas. Sofria muito desde de 2 meses sem conseguir ter acesso à sistema da saúde. No mesmo tempo que ela dizia a dor, na sua cara totalmente desfigurada havia um profundo sorriso e era ela que dava força aos visitantes: “E Deus que me dá esta alegria e esta força.”.

Sem poder fazer nada em frente do rosto desfigurado de Dona Marceline, era difícil não pensar em Cristo na cruz que não parecia mais ser homem e em Cristo crucificado na pessoa do Povo de Madagascar. Na presença deste olhar, desta fé, desta força interior, eu me sentia pequenino e na posição daquele que recebia, daquele que tem o privilégio de se encontrar num desses espaços fora da cidade, fora das albergas que não têm mais lugar para Cristo, onde Jesus está continuando nascer hoje, mas também morrer crucificado e ressuscitar.

Sei que essas palavras tem alguma coisa que pode provocar revolta para aquele que as lê sem estar aqui e eu sinto esta revoltar dentro de mim mesmo: como não ter nada outro para dar, partilhar, a não ser uma presença, uma oração, quando esta mulher precisa de tratamento e sofre tanto? Como ter a ousadia de falar de alegria numa situação tão dolorosa?

Se eu poder tentar trazer ajuda mais eficaz com as pessoas que sofrem da doença do álcool, no meio deste mar de sofrimento, com todas essas pessoas que vêm mendigar neste momento, não posso nada a não ser de não fugir e ficar no meio deles.

Em frente da cara de Dona Marceline, me encontrava também no que chamarei de “paradoxo de Madagascar”.

Eu me explico. No mês de agosto, eu tive a sorte e a grande alegria de acolher 7 sobrinhos e sobrinhas que tinham entre 17 e 28 anos durante 3 semanas em Madagascar. Eles passaram 5 dias na paróquia de Befeta e participaram de uma missão na comunidade de Isada que depende do Centro de Tomboarivo. Eles viram as pessoas que não têm nada, as estradas de chão péssimas, as pontes sem tábuas porque foram roubadas. Eles ouviram Filibert, o coordenador do Centro de Befeta, falar do assalto por uma tropa armada durante a noite antes da nossa visita que lhe roubaram tudo o seu rebanho, mas também ouviram-lho dizer a sua ausência de ódio e a sua confiança em Cristo. Eles entenderam que o coordenador da comunidade de base onde fizemos a missão morreu na noite a seguir com hemorragia digestiva sem poder ter acesso a um hospital, provavelmente consequência da Bilharziose muito frequente aqui que é causada por um parasito que vive na água. Esse homem deixou uma viúva e duas meninas com menos de 3 anos. Duas sobrinhas me tinham acompanhado quando fui celebrar um casamento na casa de uma senhora com 35 anos moribunda, morte pouco depois, deixando 6 filhos, a mais velha com 17 anos.

No momento de me agradecer para o acolhimento, cada um dos meus sobrinhos e das minhas sobrinhas escolheu uma das numerosas fotos que eles tiraram e que lhes parecia mais significativa desta viagem e escreveram uma carta para dizer o que guardavam desta experiência. Todos falaram da miséria mas testemunharam em primeiro da alegria que receberam dos malagasy. Entre as 7 cartas que recebi, eis um trecho da carta de Magali que é bem significativo:

“A alegria e o sorriso das pessoas que encontramos no caminho tocaram muito o meu coração. Quando voltei para a minha casa, me encontrei com este sorriso estranho que provavelmente se introduziu na minha bagagem sem eu ver (Nota: este companheiro não está desagradável, e por isso, estou pronta para abriga-lo no meu coração tão longo que ele o quiser!) Fiquei também muito sensível à fé das pessoas de Madagascar, à sua expressão vive e cheia de alegria, assim como às testemunhas delas. Quando vi o programa da viagem e a importância da parte espiritual, para dizer a verdade, eu tinha medo , mas fiquei muito feliz em viver todos esses momentos. Eu poderia mesmo ter suportado horas de missa suplementares, com um sol que queima e na língua malagasy… Nem tenho medo, tomara que se pode cantar e dançar por Deus como o fizemos!”

Na Exortação Apostólica “A alegria do Evangelho”, o Papa Francisco fala também desta alegria que se encontra de maneira paradoxal no coração dos mais carentes (EG 7).

Qual presença, como tomar a palavra neste mundo tão sofredor?

“Nem tenho medo…”, Magali utiliza esta expressão em relação com as orações, as missas que podem demorar 4 horas e mais. Eu utilizo esta expressão para partilhar o que posso sentir aqui.

Se as feridas de Dona Marceline, a litania de todas as “feridas de Madagascar” que marcou os encontros dos coordenadores e professores no mês de novembro ou nas visitas das comunidades, o sentimento de não poder nada no meio deste abismo de sofrimento sem fundo e que piora a cada dia, me tocam muito e me deixam “sem voz”, isso não diz tudo o que sinto: é verdade que há este “companheiro” que entrou na bagagem de Magali, esta alegria interior que recebo dos Malagasy.

Paradoxalmente, apesar desta descrição apocalíptica, nunca senti o medo na vida em Befeta, a não ser de bicicleta na lama e nas estradas péssimas, ou quando eu atravesso ponte sem tábua ou com um tronco de árvore único e molhada acima de um rio. Nunca senti a insegurança e comovem sempre o meu coração todas as crianças que acorrem gritando “Bom dia Padre!” quando nos veem chegar de bicicleta ou a pé

Se eu consegui a entender a maior parte da partilha dos coordenadores e professores durante o encontro porque estou progredindo na língua e que pedi ajuda ao Pe Wilson quando não entendia ou que não acreditava que eu tinha bem compreendido quando eu ouvi que houve 300 pessoas que assaltaram as aldeias, foi muito difícil de falar quando chegou a minha vez me exprimir.

Eu comecei justamente dizendo que eu não tinha mais palavra depois de ter ouvido tudo isso. Depois, eu comentei a partir do Evangelho do domingo a seguir (Lucas 21, 5-19) com o anúncio de muitos sofrimentos, muitas perseguições, e o chamado a não ter medo, e mesmo a achar nesses sofrimentos uma ocasião para testemunhar, com a promessa que o Espírito Santo dará força para falar nas perseguições. Este Evangelho conclui-se com o chamado para perseverar firmes na fé. Eu comentei também o Evangelho da festa de Cristo Rei que estava aproximando-se e eu chamei a contemplar Cristo crucificado e também Maria e João, mesmo que Lucas não falava deles, que não fugiram neste momento de sofrimento sem medida.

Eu arisquei algumas palavras sobre o fato que o primeiro escândalo não era a chegada desta tropa armada, mas a presença deste homem que tinha roubado tantos bois sem ninguém reagir e sem chamar a justiça. Eu conclui dizendo que, quando se aceita a injustiça, chega a guerra. Eu disse isso com muitas precauções e dizendo que se eu me encontrar na mesma situação, com o medo deste homem, também é provável que eu teria ficado calado.

Com o Pe Wilson, nós os chamamos a não deixar chegar o desânimo ou a tentação de entrar neste espiral de violência, e nós lançamos de novo como muita força o chamado para reanimar os Círculos Bíblicos e as encenações do Evangelho, as equipas do Movimento Eucarístico da Juventude em todos os lugarejos. Nós os convidamos com força a enviar adolescentes que não estudam mais para o Centro de Promoção Rural com a quantia de arroz que eles teriam comido na casa no mesmo período. Já muitos Círculos Bíblicos iniciaram de novo o caminho e esperamos acolher muitos jovens em Ikalalao.

Um coordenador e um professor chegaram um pouco embriagado apesar de todo o trabalho de sensibilização. Eu pedi ao João-Maria Vianney que deixou o álcool 3 anos antes e incentivou 8 pessoas da família dele a se tornar abstinente a testemunhar da libertação que sentiu depois.

Natal

Em breve, celebraremos o Natal. É neste mundo ferido que Jesus veio nascer, que ele nasce agora e espera nós o deixarmos nascer em nós como Maria e lhe dar a luz no mundo. Gosto muito desta palavra do Papa Francisco na exortação “A alegria do Evangelho”:

“Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que « da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído ». Quem arrisca, o Senhor não o desilude ; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada.” (EG 3)

Pe Bruno Cadart

 

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